O senador Renan Calheiros (MDB-AL) usou as redes sociais para, em vídeo, criticar a reforma da Previdência e o presidente Michel Temer nesta sexta-feira, 9.
Em tom humorado, Calheiros, que é do mesmo partido de Temer, usa uma das peças publicitárias encomendadas pelo governo federal para divulgar a Previdência como fundamento para a sua crítica. No filme escolhido, o governo compara dois trabalhadores chamados de João, um que é funcionário público e outro da iniciativa privada. Enquanto um é destacado como detentor de privilégios, outro é apontado como desfavorecido pelas regras vigentes do sistema público de aposentadoria.
Renan sugere aos “marqueteiros do governo” que mantenham a campanha, que ele considera “boa”. No entanto, o senador pede para que troquem os personagens. “Ao invés de dois Joões colocassem dois Micheis”, diz. “O Michel privado, cidadão. E o Michel presidente. O Michel cidadão, que se aposentou aos 55 anos de idade, ganhando inicialmente R$ 48 mil de aposentadoria e hoje ganha R$ 68 (mil) e acha que fez por merecer”, afirma o senador.
Na sequência, Renan Calheiros acusa Temer de deixar de atualizar as suas informações no INSS, ficando inclusive sem receber o benefício da aposentadoria por um período, para tirar o foco de si e conseguir aprovar a reforma no Congresso.
Temer não cumpriu o prazo para realizar a prova de vida, uma exigência para receber a aposentadoria como procurador do Estado de São Paulo. A falta da prova, um recadastramento anual, impede que ele receba os vencimentos. Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência informou que Temer “não fez por falta de tempo, mas fará assim que possível”.
Renan dispara:”e o Michel presidente, que é sabido, quer a reforma e que os outros contribuam até os 75 anos. Esse é o problema dessa reforma das aposentadorias. O Michel presidente fala coisas, mas não faz as coisas que fala.”
Essa não é a primeira vez que Renan Calheiros usa seus perfis em redes sociais para atacar o governo de Temer.Em abril do ano passado, por exemplo, ele afirmou que a sanção da “terceirização irrestrita”, ponto da reforma trabalhista, e que a “insistência” em promover uma reforma da Previdência “que pune o trabalhador e o Nordeste” mostram que o governo continua “errático”.