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Desespero: Zé Ronaldo quer conversar com Pablo Roberto e tem dura resposta “Chegou a hora da mudança”

Osvaldo Cruz
4 Min Leitura

A tentativa do ex-prefeito José Ronaldo de Carvalho de declarar que está aberto o diálogo com o deputado estadual Pablo Roberto (PSDB) soou como desespero. Há muito tempo Pablo vinha fazendo duras críticas à maneira fria como Zé Ronaldo estava tratando as lideranças políticas na cidade. Cansado de esperar por um aceno se seria ou não candidato, o deputado botou o pé na estrada e foi pavimentando sua pré-candidatura a ponto de chegar a um patamar que não dá mais para recuar da decisão de ser candidato nas eleições de outubro.

A declaração de Ronaldo demonstra arrogância e pretensão de sua parte ao achar que todos deveriam ficar à espera de sua vontade e decisão. A postura do ex-líder político parece não surtir efeito e exatamente por onde ele resolveu começar. Ele já levou de cara na sua primeira tentativa de cooptar Pablo Roberto, como se ele ainda fosse seu subordinado que sorriria ou abanaria a cauda no seu primeiro afago. Se deu mal e pode ser tarde demais para Zé querer impor sua vontade.

Pablo adiantou logo sua intenção, até mesmo antes de decidir se vai ou não falar com o ex-líder. “Minha pré-candidatura está mantida, não abro mão da condição de disputar eleição”, cravou, deixando claro que se Zé Ronaldo quiser, pode vir apoiá-lo. Do jeito que vai, Ronaldo terá que rever seus conceitos e tentar recomeçar apoiando alguém que já pertenceu a seu grupo político. Ronaldo passou todo esse período indo de porta em porta, estimulando festas, ensaiando danças, mas viu que a coisa é mais séria. Tentou agregar partidos e viu lideranças escorrendo pelos dedos e terá que recuar, pois sua tentativa de ir nas comunidades para participar de festas e jogos não garantiu seu retorno. Ele tentou sozinho, não se via uma liderança andando com ele, nem mesmo os mais próximos como Zé Chico (cotado também para ser candidato), Carlos Geilson e Tom. Absolutamente ninguém embarcou em sua aventura de tentar ressuscitar seu nome como líder.

Ronaldo perdeu um tempo precioso fazendo essa tentativa desesperada de resgatar sua credibilidade (perdida nas últimas duas eleições estaduais). Zé viu seu grupo desmanchar e hoje não conta mais com Pablo Roberto, José de Arimateia, Pastor Tom, Fernando Torres e, por último, a presidente da Câmara. Aliás, Ronaldo sempre teve o domínio da Câmara e da presidência, e nesta eleição ele não conta mais com essa força. Sem os grandes partidos e sem suas lideranças que tem musculatura eleitoral, Ronaldo quer conversar. Ainda recai sobre suas costas o peso de uma trágica administração municipal através do prefeito Colbert Martins, com quem insiste em dizer que ambos são ligados e aliados. Some-se a isso o descaso com os flagelados das chuvas. Ronaldo quer mudar de estratégia para voltar a conversar com os políticos que pertenciam ao seu grupo político. É bom frisar que Zé Ronaldo está medindo suas lideranças com a antiga régua, aquela com que media e punia aqueles que ousavam desafiá-lo.

À vista disso, as chuvas não apenas trouxeram prejuízos aos moradores da cidade, mas também serviram para revelar culpados e separar o joio do trigo. A população pôde sentir de perto, na hora da dor, quem realmente arregaça as mangas e parte para ajudá-los. Ronaldo não deu sequer uma declaração, absolutamente nada, mas manteve seu plano de estimular festinhas e reuniões para ter palanques ou ser aplaudido. No entanto, agora que as chuvas varreram suas chances e suas práticas políticas arcaicas foram expostas, ele quer conversar

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