O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), 47, foi eleito neste domingo (30) o novo governador do estado de São Paulo, derrotando Fernando Haddad (PT) e pondo fim aos quase 30 anos de hegemonia do PSDB no Palácio dos Bandeirantes.
Tarcísio obteve 55% dos votos válidos, ante 45% de Haddad.
A candidatura de Tarcísio foi patrocinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que designou seu auxiliar na pasta da Infraestrutura para concorrer em São Paulo, apesar de o ex-ministro ter nascido no Rio de Janeiro e vivido em Brasília.
A vitória inaugura uma experiência inédita do bolsonarismo à frente do estado mais rico e mais populoso do país. O vice-governador eleito, Felicio Ramuth (PSD), é ex-prefeito de São José dos Campos (SP).
O novo governador terá ampla maioria na Assembleia Legislativa de São Paulo –os partidos que o apoiam somam 63 das 94 cadeiras da Casa.
Tarcísio foi eleito neste domingo em meio ao andamento da investigação a respeito de um tiroteio que interrompeu sua agenda em Paraisópolis, no último dia 17, no qual uma pessoa morreu. A Folha revelou que um membro da equipe de Tarcísio mandou um cinegrafista apagar imagens do confronto. Haddad explorou o tema, afirmando tratar-se de dificultar a apuração da polícia.
Tarcísio deve seguir em parte a cartilha bolsonarista Aliados do governador eleito ouvidos pela reportagem dizem acreditar que, mesmo sob uma eventual Presidência de Bolsonaro, Tarcísio faria um governo independente: ou seja, sem subordinação ao político do PL, mas alinhado a ele. A expectativa é que Tarcísio conduza uma gestão comprometida com a direita e com o conservadorismo, acenando para a base que o elegeu.