Indicada pelo presidente Michel Temer para substituir Rodrigo Janot, Raquel Dodge será a primeira mulher a comandar a Procuradoria Geral da República (PGR).
Ela toma posse nesta segunda-feira (18) e tem a imagem de uma mulher firme, ambiciosa, disciplinada e discreta, de acordo com aqueles com quem convive.
A procuradora geral estará à frente de discussões importantes que movem o País, como o combate à corrupção, a revisão da lei da anistia e a violência contra à mulher.
Ainda em julho, Dodge enfrentou uma sabatina no Senado e foi aprovada para ocupar a cadeira por 74 votos favoráveis ao seu nome.
Na sabatina, Dodge prometeu continuar o combate à corrupção na Operação Lava Jato e defendeu a prisão após condenação em segunda instância. Ela admitiu a possibilidade de rever delações premiadas e criticou abusos em conduções coercitivas e prisões preventivas.
Para além da operação, a procuradora defende a revisão da Lei da Anistia – medida criticada por não ter punido agentes do Estado que cometeram crimes durante a ditadura militar. Ainda, se colocou à disposição para trabalhar junto com a Procuradoria da Mulher no enfrentamento ao feminicídio e a violência contra a mulher.
Ao ocupar o cargo, Dodge passa a fazer parte de um grupo composto por outras três mulheres que desafiam a lógica estrutural do Brasil e ocupam os mais altos cargos das principais instituições jurídicas.
São elas: Cármen Lúcia, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF); Laurita Vaz, que preside o Superior Tribunal de Justiça (STJ), e ainda Grace Mendonça, a primeira mulher no comando da Advocacia-Geral da União (AGU).