Pressionado por deputados da oposição a se manifestar sobre o ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, atribuiu ao governo da Bahia, hoje comandado pelo PT, a operação que resultou na morte do miliciano.
“A pessoa foi morta nesse confronto com a polícia. E veja: nem estou criticando a polícia lá, vai ser apurado. Mas é a polícia de Estado governado pelo Partido dos Trabalhadores”, afirmou.
A Bahia é governada pelo petista Rui Costa. Segundo as informações oficiais, Adriano morreu após confronto com homens do Batalhão de Operações Especiais baiano. Ele estava foragido desde janeiro de 2019, até que foi localizado em Esplanada, no interior baiano.
O ex-PM teve a ex-mulher, Danielle Mendonça da Costa, e a mãe, Raimunda Veras Magalhães, contratadas no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual. Ambas são investigadas por suposta participação em esquema de ‘rachadinha’ (desvio de dinheiro dos seus salários para o parlamentar). Também era ligado a Fabrício Queiroz, outro ex-assessor de Flávio, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.
A versão de queima de arquivo para a morte de Adriano da Nóbrega foi explorada pela oposição durante parte dos debates travados na terça-feira, 11, no plenário da Câmara. Flávio já homenageou o ex-policial na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Moro aproveitou a audiência para rebater versões sobre suposto interesse do governo em poupar o ex-policial. Uma das críticas que sofreu foi por não ter incluído Adriano da Nóbrega na mais recente lista de criminosos mais procurados. De acordo com o ministro, a inclusão não ocorreu por razões meramente técnicas.
“Ninguém protegeu essa pessoa, ela foi encontrada. Se estivéssemos protegendo alguém, estaríamos fazendo um péssimo trabalho”, disse, em resposta à provocação lançada pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS).
Fontana pediu publicamente a Moro a inclusão de Queiroz em programa de proteção a testemunhas. O ministro respondeu que proteções precisam ser solicitadas pelo cidadão e que o programa é controlado não pela pasta da Justiça, mas pelo Ministério de Direitos Humanos.
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