O presidente eleito Lula (PT) anunciou na manhã desta sexta-feira (9) os nomes de cinco ministros do futuro governo. Foram anunciados:
Fazenda: Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação;
Casa Civil: Rui Costa, governador da Bahia;
Defesa: José Múcio Monteiro, ex-deputado e ex-ministro do Tribunal de Contas da União;
Justiça: Flávio Dino, ex-governador do Maranhão e senador eleito;
Relações Exteriores: Mauro Vieira, diplomata e ex-chanceler.
O anúncio aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde atua a equipe de transição de governo.
Ministério da Segurança Pública
Lula disse que ainda pretende recriar o Ministério da Segurança Pública, hoje atrelado ao Ministério da Justiça.
“Nós temos o interesse de criar o Ministério da Segurança Pública, mas a gente não pode fazer as coisas de forma atabalhoada”, argumentou o presidente.
O presidente eleito afirmou que, antes, cabe a Dino, novo ministro da Justiça, reorganizar órgãos como a Polícia Rodoviária Federal.
“O companheiro Flávio Dino tem a missão, primeiro, de consertar o funcionamento do Ministério da Justiça, de consertar o funcionamento da Polícia Federal.”
PEC da Transição
A montagem do futuro governo acontece em meio às articulações da equipe de Lula para aprovar no Congresso Nacional a PEC da Transição.
O texto, que possibilita o pagamento de R$ 600 de Bolsa Família, já passou pelo Senado. Agora, tramita na Câmara.
Lula diz acreditar na aprovação do texto também pelos deputados.
“Eu já ouvi boatos que a PEC vai ter problema na Câmara dos Deputados, eu não acredito. Eu farei quantas conversas foram necessárias para que a PEC seja aprovada na Câmara dos Deputados, como foi aprovada no Senado”, disse o petista.
Forças Armadas
Ao comentar as atribuições de Múcio Monteiro, novo ministro da Defesa, Lula disse que as Forças Armadas têm que defender o povo e a soberania nacional, e não “fazer política”.
“As Forças Armadas têm um papel importante. As Forças Armadas têm um papel constitucional: têm que cuidar da soberania nacional, tem que defender o povo brasileiro de possíveis e eventuais inimigos externos. E é para isso. As Forças Armadas não foram feitas para fazer política, não foram feitas para ter candidato. Quem quiser ser candidato, se aposente e seja candidato”, afirmou Lula.
Balanço da transição
Antes da entrevista de Lula, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, coordenador da transição, fez um balanço sobre os trabalhos.
Segundo Alckmin, os relatórios finais dos grupos temáticos serão apresentados na próxima semana. Disse também que haverá revogação de atos do atual governo.
“O relatório final terá um diagnóstico de cada área, alertas para os primeiros meses de governo, […] as emergências orçamentárias, sugestões de revogações em cada área, propostas de estrutura para cada área e ações prioritárias”, declarou Alckmin.
Ao comentar o assunto, Lula disse ter sido a transição “mais democrática” da história das transições de governo no país.
Definição do ministério
Na semana passada, Lula chegou a dizer que só iria anunciar os nomes dos futuros ministros após a diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcada para o próximo dia 12.
No entanto, nesta quinta (8) a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que os primeiros nomes já seriam divulgados nesta sexta (9).
Ao longo das últimas semanas, diversos nomes foram mencionados como cotados para as pastas, entre os quais: Fernando Haddad (Fazenda), José Múcio Monteiro (Defesa), Simone Tebet (Desenvolvimento Social), Rui Costa (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente), Mauro Vieira (Itamaraty) e Margareth Menezes (Cultura).
Fonte G1