A Operação Cravada foi deflagrada na terça-feira passada, em sete Estados. De acordo com a PF, 28 pessoas foram presas e 400 contas ligadas ao PCC foram bloqueadas. As investigações apontam que o núcleo financeiro da facção é responsável por recolher e gerenciar as contribuições para a organização em âmbito nacional.
Em um dos diálogos, do dia 22 de abril, um dos alvos da PF, Alexsandro Roberto Pereira, conhecido como “Elias” ou “Veio”, diz que o governo “começou o mandato agora”, “mexendo diretamente com a cúpula” do grupo. Em seguida, ele xinga Moro com palavrões, afirma que “não vai ter diálogo” e completa que o ministro “veio pra atrasar”. “Ele (Moro) começou a atrasar quando foi pra cima do PT. Pra você ver, o PT tinha com nois (sic) diálogo cabuloso (…) situação que nem dá pra ficar conversado aqui pelo telefone, mano”, diz Elias, conforme relatado pela PF.
Para dificultar o rastreamento do dinheiro, conforme os investigadores, os pagamentos, chamados de “rifas”, eram repassados à organização por meio de diversas contas bancárias e de maneira intercalada.
No relatório de interceptações, a PF afirma que foram encontrados “indicativos de vínculos da Orcrim (organização criminosa) PCC com partidos políticos”, mas que isso, por enquanto, “não está dentro dos objetivos da investigação”.
‘Armação’
Procurado pela reportagem, o PT afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, se tratar de “mais uma armação como tantas outras forjadas” contra o partido. Segundo a legenda, o caso “vem no momento em que a Polícia Federal está subordinada a um ministro acuado pela revelação de suas condutas criminosas”. “Quem dialogou e fez transações milionárias com criminosos confessos não foi o PT, foi o ex-juiz Sérgio Moro, para montar uma farsa judicial contra o ex-presidente Lula com delações mentirosas e sem provas”, disse o partido em nota. Para a sigla, “é Moro que deve se explicar à Justiça e ao País pelas graves acusações que pesam contra ele”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.