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Greve desafia reformas e testa fidelidade da base de Temer

Osvaldo Cruz
3 Min Leitura

PobaParalisações e protestos em todo o país adicionam novo elemento de incerteza aos planos do governo e podem diminuir apoio às reformas trabalhista e previdenciária entre a base aliada no Congresso.Sindicatos e movimentos de oposição paralisaram dezenas de setores e tomaram as ruas de várias cidades do Brasil nesta sexta-feira (28/4) para desafiar as reformas promovidas pelo governo do presidente Michel Temer.

Manifestantes realizam protesto na Marginal Tietê bloqueando entrada de ônibus no Terminal Tietê, Zona Norte de São Paulo (SP), na manhã desta sexta-feira (28). O ato faz parte do movimento nacional intitulado “Greve Geral” contra a reforma da Previdência e reforma trabalhista.

Convocada como uma greve geral, as ações paralisaram o transporte público inteiramente ou parcialmente em todas as capitais e resultaram em bloqueios de estradas e vias públicas. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) falou em dezenas de milhões de trabalhadores parados, um número que não pôde ser verificado de maneira independente.

Esse não foi o primeiro ato contra Temer, mas foi o que mais gerou expectativa até o momento diante do seu impacto potencial sobre o governo e da adesão de diversas categorias e de setores da Igreja Católica. Diferentemente de outros atos convocados em novembro e março que também usaram a expressão “greve geral”, a paralisação desta sexta produziu imagens de impacto e entrou no radar da imprensa. Segundo jornais brasileiros, a classe política acompanhou o movimento com apreensão.

As ações ocorreram num momento especialmente delicado para um governo marcado por dezenas de escândalos e instabilidade permanente desde o seu início, em maio do ano passado. Não bastassem o impacto das delações da Odebrecht, o Planalto ainda enfrenta dificuldades para aprovar a proposta de emenda constitucional que pretende fazer mudanças profundas na Previdência Social.

Diante do impacto da Operação Lava Jato, o governo tem apostado o que resta do seu capital político para aprovar um ambicioso e controverso pacote de reformas e assim recuperar parte de sua credibilidade com alguns setores que apoiam as mudanças, especialmente o empresariado – e justificar sua continuidade até o fim de 2018.

Para o cientista político Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a amplitude da greve desta sexta adicionou mais um elemento para complicar os planos de Temer.

Terra

 

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