O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta quarta-feira (6) o bloqueio de R$ 12,8 milhões em cotas de empreendimentos imobiliários da família do ex-ministro Geddel Vieira Lima, um dos principais aliados do presidente Michel Temer, preso na Papuda, em Brasília.
Geddel, seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), e a mãe deles, Marluce, foram denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sob acusação de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A PGR pede para que eles sejam condenados a pagar R$ 51 milhões como indenização por danos morais, além de perder esse mesmo valor, apreendido em um “bunker” em Salvador, e de outros bens ligados aos supostos crimes de que são acusados.
Parte do dinheiro ilícito era inicialmente ocultada em um closet na casa da mãe de Geddel, e foi transferido no ano passado para o apartamento que ficou conhecido como o “bunker” de Geddel, onde a PF localizou malas com dinheiro vivo, em reais e dólares, segundo a PGR.
De acordo com os investigadores, “mais do que meramente ser escondido” pela família Vieira Lima, o dinheiro sujo era ocultado para, entre outras coisas, ser aplicado em investimentos no mercado de incorporação imobiliária de alto luxo na capital baiana, por meio do Grupo Cosbat.
“Pelo menos R$ 12.778.895,49 haviam sido usados por eles para adquirir cotas de participação de empreendimentos da Cosbat, em Salvador, mediante o uso de interpostas pessoas jurídicas ligadas a Geddel (as empresas GVL e M&A) e a Lúcio (a empresa Vespasiano)”, sustenta a denúncia.
Tais empresas ligadas à família, segundo a investigação, foram usadas para lavar dinheiro.
A defesa dos Vieira Lima ainda não se manifestou sobre a decisão do ministro.
NOVO INQUÉRITO
Fachin autorizou a abertura de um novo inquérito contra os Vieira Lima -Marluce, Lúcio, Geddel e o irmão mais velho, Afrísio.
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-assessor da família,Job Brandão, disse que devolvia parte do seu salário para a família, que ficava guardado no apartamento de Marluce, em caixas e malas alocadas no closet dela.
Segundo ele, Marluce “tinha ciência do dinheiro guardo e também pedia que o declarante separasse dinheiro a pedido de Geddel e Lúcio”.
MEDIDAS RESTRITIVAS
A PGR pediu para que Lúcio e Marluce cumpram recolhimento noturno e nos dias de folga, além de usarem tornozeleira e pagar fiança.
Fachin determinou que eles se manifestem sobre o pedido da Procuradoria.
“Nada obstante a relevância dos fatos trazidos ao conhecimento do juízo pela denúncia, os quais, ao sentir do órgão acusatório, justificariam a imposição imediata de recolhimento noturno, monitoramento eletrônico e exigência de fiança () facultando a esses denunciados (Marluce e Lúcio), no prazo de resposta, manifestação quanto à pretensão cautelar”, escreveu o magistrado.
Com informações da Folhapress.