Dois dos nomes mais importante do PMDB nos últimos anos estão cada vez mais próximos de realizarem delação premiada. O ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e Lúcio Funaro, operador do partido, estão com as negociações bastante adiantadas para fecharem seus acordos com as autoridades, segundo informaram diversos veículos da imprensa nesta quarta-feira (5).
Segundo informações do BuzzFeed, as duas delações deverão ser usadas para embasar a próxima denúncia a ser apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer por acusação de obstrução da Justiça.
O site afirma ainda que os investigadores e as defesas de Cunha e Funaro já estão negociando, separadamente, as cláusulas do acordo de colaboração, e que o “roteiro” das ilegalidades a serem descritas e os personagens envolvidos já foram entregues pelas respectivas defesas.
Já Merval Pereira, colunista do jornal O Globo, afirmou que a delação de Funaro vai envolver toda a cúpula do PMDB, inclusive o presidente Michel Temer. Segundo ele, “ninguém vai sobreviver” já que estarão tanto da delação do operador quando na do ex-deputado. Além disso, ele também aponta para a possibilidade do ex-ministro Geddel Vieira Lima também realizar uma delação no futuro.
Ajudou a agitar o noticiário sobre a delação também a notícia de que Funaro foi transferido nesta quarta do Complexo Penitenciário da Papuda para a carceragem da Polícia Federal, em Brasília. O operador vai passar uma temporada de dez dias na sede da PF, até o dia 14 de julho.
A decisão foi do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, que mandou prender Funaro provisoriamente na Operação Sépsis, há um ano. A diretoria do Centro de Detenção Provisória da Papuda recebeu comunicado eletrônico da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal para transferir Funaro imediatamente, com escolta da PF.
Segundo Lauro Jardim, a delação de Cunha está mais adiantada que a de Funaro. A questão é que a tensão está aumentando no Planalto e estas novidades podem complicar ainda mais o cenário para Temer, que agora se defende no Congresso da denúncia apresentada contra ele.