O vereador Beldes Ramos (PT) ocupou a tribuna da Casa da Cidadania, na manhã desta quarta-feira (29), para se pronunciar sobre o Plano Municipal de Cultura – instrumento que vai nortear e organizar as ações e políticas de fomento a cultura para os próximos dez anos. Através dele é possível planejar programas, projetos e ações que valorizem, reconheçam e promovam a diversidade cultural existente no município.
O edil falou sobre as discussões ocorridas nesta quarta-feira na Câmara Municipal no que tange à audiência pública para debater o referido Plano. O imbróglio se deu porque o vereador Edvaldo Lima (PP) solicitou à presidente da Comissão de Educação e Cultura, vereadora Eremita Mota (PSDB), o adiamento do debate, mas o presidente do Legislativo feirense, Reinaldo Miranda – Ronny (PHS), em consonância com o Regimento Interno, manteve a realização da audiência pública na próxima quinta-feira (30), às 9 horas, no plenário da Casa.
“Quero dizer do meu grande carinho ao vereador Edvaldo Lima, mas nesse ponto o vereador Edvaldo Lima está exaltado e um pouco equivocado a respeito do Plano de Cultura. Eu acho que o episódio de hoje, que aconteceu nesta Casa sobre o cancelamento ou não da audiência pública não pode se transformar no debate de amanhã, porque o debate de amanhã é o Plano de Cultura, e é isso que deve ser discutido de fato. O episódio de hoje deve ser encerrado, o nosso foco tem que ser o Plano de Cultura de Feira de Santana, que ficou dois anos aí arquivado”, disse o petista, agradecendo ao presidente Ronny e a vereadora Eremita pela manutenção da audiência pública.
Beldes ressaltou que também não pode concordar com certas declarações do vereador Edvaldo Lima. “Ele não pode atribuir o que aconteceu com a Lei Rouanet aos artistas, porque as brechas da nossa fiscalização fazem com que aqueles que nem são artistas participem dessa verba, tirando até a oportunidade dos artistas sérios poderem estar tendo esses recursos para produzirem cultura em Feira de Santana, na Bahia e no Brasil”.
O petista acrescentou: “e nós não podemos pautar a cultura pelos princípios do evangélico; nós não podemos pautar nesta Casa aqui tudo que o evangélico quer pautar, está errado, nós somos laicos. Enquanto religioso, e eu sou católico praticante, eu tenho meus princípios, mas enquanto parlamentar, eu tenho que assegurar os direitos e tenho que ir à luz daquilo que rege a Constituição Brasileira: o Estado é laico, portanto ele não tem religião e tem todas as religiões ao mesmo tempo”, argumentou.
Na oportunidade, Beldes parabenizou a classe artística de Feira de Santana pela contribuição dada à cultura, bem como pela mobilização em prol do debate do Plano Municipal de Cultura.
Ascom