Segundo Reince Priebus, presidente eleito não nega que entidades russas estiveram por trás de ciberataques para influenciar eleições. Futuro líder americano deve anunciar medidas em resposta à interferência no pleito.O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, aceita a conclusão dos serviços de inteligência dos EUA de que a Rússia tentou interferir nas eleições presidenciais dos EUA em favor do magnata, disse neste domingo (08/01) o futuro chefe de gabinete, Reince Priebus.
O político afirmou que Trump acredita que a Rússia esteve por trás dos ataques cibernéticos a organizações do Partido Democrata. No entanto, ele não deixou claro se o presidente eleito concorda que os ciberataques foram ordenados por Vladimir Putin.
“Ele não nega que entidades na Rússia estiveram por trás dessa campanha em particular”, disse Priebus, que foi o principal aliado de Trump durante a campanha eleitoral, como presidente do Comitê Nacional Republicano. “Acho que ele aceita as conclusões [dos serviços secretos].”
Priebus afirmou que Trump planeja pedir aos serviços de inteligência que apresentem suas recomendações sobre o que deve ser feito em relação aos ciberataques. “Ação deve ser tomada”, disse, afirmando não haver nada de errado em tentar ter uma boa relação com a Rússia e com outros países.
Mudança de posição
A declaração de Priebus, concedida à emissora Fox News, sinaliza uma mudança de posicionamento na repetida negação de Trump da interferência russa nas eleições de novembro passado, em que ele derrotou a democrata Hillary Clinton.
Esta foi a primeira vez em que um membro de alto escalão da equipe do presidente eleito aceitou o fato de a Rússia ter coordenado os ciberataques e o vazamento de e-mails do Partido Democrata durante a campanha eleitoral.
Prestes a assumir a presidência, em 20 de janeiro, Trump tem enfrentado pressão cada vez maior de membros do Partido Republicano para aceitar as constatações dos serviços secretos quanto aos ataques cibernéticos russos e outras manobras para influenciar o resultado do pleito presidencial.
Um relatório divulgado pela inteligência americana no fim da semana aponta que Putin “ordenou” uma sofisticada campanha de influência – incluindo ataques cibernéticos e a divulgação de notícias falsas – para denegrir Hillary e fortalecer Trump. O dossiê não avaliou a influência da interferência russa sobre as urnas nos EUA.
Após um encontro em que funcionários dos serviços secretos apresentaram detalhes do relatório, na última sexta-feira, Trump afirmou que “aprendeu muito” com as discussões, mas se negou a dizer se aceitava ou não as afirmações sobre os motivos da Rússia.
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