Uma nova crise entre Alexandre de Moraes e Augusto Aras foi desencadeada nos últimos dias e tem, mais uma vez, bolsonaristas como pano de fundo. Isso porque o ministro do STF intimou a Procuradoria-Geral da República a se manifestar sobre uma ação que pede punição a manifestantes, no Mato Grosso, por bloqueio de estradas e “novas ameaças de atos antidemocráticos que evidenciam riscos à segurança”.
Ocorre que o autor da ação foi o Ministério Público estadual, e, na visão de Augusto Aras, MPs estaduais, como o do Mato Grosso, não têm competência para ingressar com ações no Supremo. O PGR argumenta ainda que, antes de ser interpelado pelo Supremo, acionou o Ministério da Justiça para que a Força Nacional de Segurança fosse mobilizada para dispersar os manifestantes. Aras ressalta que o apoio foi recusado pelo governador, Mauro Mendes.
entorno de Aras avalia que a intimação de Moraes teve objetivo de desgastar a PGR.
Por outro lado, pessoas próximas de Alexandre de Moraes não veem motivo para insatisfação. Argumentam que, se o ministro toma uma decisão sem ouvir a PGR, Aras reclama. E, se o intima a opinar, o procurador-geral também se irrita. Sobre o prazo de 24h concedido para manifestação, ponderam que, no caso em questão, havia um pedido de urgência.
Essa é a primeira vez que o nível de tensão entre Alexandre de Moraes e Augusto Aras volta a subir desde setembro. Na ocasião, baseado em reportagem do colunista Guilherme Amado, o ministro do STF determinou que a Polícia Federal fizesse operação mirando empresários bolsonaristas. Em um grupo de WhatsApp, eles defenderam golpe de estado em caso de vitória de Lula. Aras argumenta que o STF não ouviu a PGR antes de determinar as buscas e apreensões.
Fonte Metrópole