O governo Dilma Rousseff deseja derrotar o impeachment e também modificar o clima econômico para provar que é possível encarar os próximos três anos. O jornal Folha de S. Paulo refere que a presidente Dilma procura acabar com a “dubiedade” da política econômica, que, nas palavras do jornal, mais parece uma “cobra de duas cabeças”.
Segundo informações, essa seria a avaliação de assessores presidenciais, que defendem o combate ao impeachment e à paralisia da economia.
Para os assessores, a crise econômica pode fazer com que o processo de impedimento se estenda até março, quando, de acordo com a Folha, o desemprego deve estar ainda maior no país.
No entanto, no Planalto, auxiliares avaliam que a presidente precisa, inicialmente, definir quem é o principal ministro de sua equipe econômica: Joaquim Levy (Fazenda) ou Nelson Barbosa (Planejamento).
A Folha conversou com um interlocutor da petista, ele teria dito que se a presidente não tomar uma posição, “daqui a pouco não haverá mais espaço para Levy e Nelson conviverem juntos dentro do governo”.
Ainda segundo a publicação, o interlocutor teria sugerido que o ideal seria que os dois ministros se alinhassem para traçar o plano de recuperação da economia encomendado pela presidente para ser anunciado até o início do próximo ano.
Porém, os dois estão definindo com suas equipes propostas de forma isolada, fazendo reuniões separadas inclusive com os mesmos empresários.
O assunto que atualmente divide os ministérios da Fazenda e Planejamento é a discussão sobre a meta fiscal de 2016, um superavit primário de 0,7% do PIB. Isso porque a equipe de Levy gostaria de aprofundar os cortes, já a de Barbosa considera que não há mais espaço para cortar despesas do governo, a não ser as obrigatórias.
O Planalto prefere garantir a meta de 2016 com alta de receitas, pois acredita que mais cortes só vão aprofundar a crise econômica.
A Folha refere também que assessores pretendem convencer Dilma de que, para comandar uma reação na economia, o melhor seria “reavaliar a intensidade do ajuste fiscal, mas sem abandonar o rumo porque é óbvio que o governo precisa promovê-lo”