As explicações apresentadas pelo embaixador húngaro, Miklós Halmai, na rápida e protocolar conversa com a embaixadora Maria Luísa Escorel, encarregada de ouvi-lo, “não colam” — foi a expressão usada por fonte do Ministério das Relações Exteriores ouvida pelo blog.
O representante de Viktor Orbán em Brasília “tentou normalizar a hospedagem” e limitou-se a repetir a versão apresentada pela defesa do ex-presidente — a de que Bolsonaro foi convidado a permanecer na embaixada para manter contatos políticos com autoridades húngaras.
A justificativa foi considerada “pueril”, principalmente no contexto das datas em que os dois pernoites ocorreram — apenas quatro dias depois do mais incisivo gesto do ministro Alexandre de Moraes contra o ex-presidente, ao determinar a entrega de passaporte de Bolsonaro, nas apurações do inquérito dos atos antidemocráticos.
A manifestação do embaixador agravou a irritação do governo brasileiro quanto ao que começa a ser caracterizado como “interferência” em questões internas. O primeiro-ministro húngaro é conhecido apoiador de Bolsonaro, que chegou a chamá-lo de “irmão”.
No entanto, a questão diplomática “é menor”, de acordo com a fonte, ante ao imbróglio jurídico envolvendo o ex-presidente, que já enfrenta ordem judicial de Moraes para explicar sua permanência na embaixada. A atitude é interpretada como possível ensaio para um pedido de asilo político, como forma de escapar de eventuais sanções penais.
Fonte R7