“Estão querendo impor uma ideia de que a decisão do Senado pode absolver Eduardo Cunha. Não mesmo. Essa não”, afirmou.
Golpe
A ex-presidente citou as gravações de conversas entre o senador Romero Jucá (PMDB) e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. No áudio, o ex-ministro de Temer aparece dizendo que para estancar a sangria da Operação Lava Jato seria necessário tirar a presidente do poder.
“Esse processo consiste em duas coisas. A primeira, está registrada na gravação feita pelo ex-senador do PMDB Sérgio Machado e do senador Romero Jucá: ou tira ela ou a investigação continua. Segundo, eu fui eleita por 54 milhões de votos. O outro projeto não teve os votos necessários para que fosse executado”, afirmou.
Repressão
A ex-presidente criticou as ações de repressão da Polícia Militar contra protestos em várias cidades do país. Segundo ela, quem viveu a ditadura militar não pode compactuar com o argumento de que violência policial se justifica diante das ações de manifestantes.
“A força do Estado é muito maior do que a força das pessoas. O Estado não pode fazer isso, principalmente, porque vivemos numa democracia. Quando se faz isso, se abre brechas …Assim começam as ditaduras. O que eu puder fazer para que isso não ocorra no meu país, eu farei”, diz. “Prefiro a voz surda das ruas do que o som dos cárceres das ditaduras”.
Janaina Paschoal
A presidente foi questionada sobre discurso da advogada da acusação, Janaina Paschoal, que afirmou que estaria advogando pelo impeachment em prol dos netos de Dilma Rousseff.
“Vocês assistiram o comportamento da doutora, que é de uma pessoa cujas convicções não se parecem com as minhas nem do ponto de vista político, cultural ou humano. Não respeito uma pessoa capaz de falar o que falou. Para os meus netos, eu quero um Brasil cheio de oportunidades e não será por causa da doutora Janaina”, afirmou a ex-presidente.