Publicidade
Publicidade

Chefe da Comunicação de Bolsonaro vê ‘ficção’ em fala sobre Queiroz

Osvaldo Cruz
3 Min Leitura

O chefe da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), Fabio Wajngarten, chamou neste domingo (17) de “incrível enredo ficcional” as declarações à Folha de S.Paulo do empresário Paulo Marinho (PSDB-RJ) sobre uma suposto vazamento de investigação da Polícia Federal ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Em rede social, ele afirmou ser “inverossímil a narrativa de oportunistas que buscam holofotes a qualquer preço”. “Precisam contratar um bom roteirista para dar credibilidade a esse incrível enredo ficcional. Meu apoio ao senador @FlavioBolsonaro e ao PR @jairbolsonaro por mais essa tentativa de atingi-los.”

Em entrevista à Folha, Marinho, que é suplente de Flávio no Senado e rompeu com o clã Bolsonaro após as eleições, disse que, segundo ouviu do próprio filho do presidente, um delegado da Polícia Federal antecipou a ele em outubro de 2018 que a Operação Furna da Onça seria realizada.

A operação, segundo Marinho, teria sido “segurada” para que não atrapalhasse Bolsonaro na disputa do segundo turno da eleição. Os desdobramentos da Furna da Onça revelaram um suposto esquema de “rachadinha” na Alerj (Assembléia Legislativa do Rio) e atingiu Fabrício Queiroz, policial militar aposentado amigo de Jair Bolsonaro e ex-assessor de Flavio na Assembleia.

O empresário Paulo Marinho, 68, foi um dos mais importantes e próximos apoiadores de Jair Bolsonaro na campanha presidencial de 2018. Ele não apenas cedeu sua casa no Rio de Janeiro para a estrutura de campanha do então deputado federal, que ainda hoje chama de “capitão”, como foi candidato a suplente na chapa do filho dele, Flávio Bolsonaro, que concorria ao Senado.

Os dois foram eleitos. Hoje o empresário está filiado ao PSDB, do governador João Doria (SP), e é pré-candidato a prefeito do Rio.

De acordo com Paulo Marinho, em dezembro daquele ano, Flávio o procurou “absolutamente transtornado” em busca de uma indicação de um advogado criminal. Marinho afirmou que o filho do presidente disse que soube com antecedência que a Operação Furna da Onça, que atingiu Queiroz, seria deflagrada.

Foi avisado da existência dela entre o primeiro e o segundo turnos das eleições, por um delegado da Polícia Federal que era simpatizante da candidatura de Jair Bolsonaro. Mais: os policiais teriam segurado a operação, então sigilosa, para que ela não ocorresse no meio do segundo turno, prejudicando assim a candidatura de Bolsonaro.

O delegado-informante teria aconselhado ainda Flávio a demitir Fabrício Queiroz e a filha dele, que trabalhava no gabinete de deputado federal de Jair Bolsonaro em Brasília. Os dois, de fato, foram exonerados naquele período –mais precisamente, no dia 15 de outubro de 2018.

Noticias ao Minuto

Compartilhe este artigo