Os trabalhadores terceirizados de Feira de Santana continuam enfrentando um cenário de desafio e negligência. Apesar da mudança no comando da prefeitura – com a saída de Colbert Martins (MDB) e a entrada de José Ronaldo (União Brasil) – as práticas de governo permanecem as mesmas. Em pleno dia 13 de janeiro de 2025, empresas como Desenvolvida e CSC, responsáveis pela gestão de mão de obra terceirizada, ainda não pagaram os salários de dezembro de 2024.
A situação revolta os trabalhadores, que acumulam queixas de atraso e falta de pagamento do vale-alimentação, ausência do vale-transporte, e o não repasse retroativo do piso salarial da enfermagem. O cenário, que já era complicado na gestão anterior, se agrava sob o comando de Ronaldo, conhecido anteriormente como um “bom pagador”.
“Quem você viu, quem você vê, Zé Ronaldo?”, questionam os trabalhadores que, agora, experimentam o gosto amargo da continuidade de um governo que se estende por 30 anos na cidade. Promessas de eficiência e responsabilidade dão lugar à incerteza e à indignação diante do silêncio da gestão municipal.
As empresas alegam que o atraso se deve à falta de repasse da prefeitura, apontando o dedo para a administração pública. No entanto, os trabalhadores não querem saber de desculpas: “Enquanto eles discutem de quem é a culpa, quem sofre somos nós, que não temos como pagar as contas e sustentar nossas famílias”, desabafa uma funcionária que prefere não se identificar.
A fama de bom gestor, que José Ronaldo construiu em gestões passadas, parece estar se dissolvendo em um governo marcado por promessas não cumpridas e práticas que perpetuam a precarização do trabalho terceirizado.
A situação atual escancara o problema clássico de uma administração que parece ignorar a dignidade dos trabalhadores terceirizados. Até quando os profissionais de saúde, limpeza e segurança – que garantem o funcionamento da máquina pública – terão de arcar com as consequências de uma gestão que insiste em não priorizar seus direitos?
Feira de Santana assiste, perplexa, à manutenção de um modelo que há décadas coloca o ônus do descaso nos ombros dos mais vulneráveis. O que antes era promessa de mudança, agora se revela mais do mesmo. Afinal, a pergunta que ecoa pela cidade é: haverá luz no fim do túnel para esses trabalhadores?