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Sem prestígio e sem apoio, Zé Ronaldo apela a Jerônimo para salvar a Micareta de Feira

Osvaldo Cruz
4 Min Leitura

A Micareta de Feira de Santana, outrora um dos eventos mais grandiosos do calendário baiano, enfrenta sua pior crise em décadas. Sem prestígio, sem atualização e, sobretudo, sem dinheiro, o prefeito Zé Ronaldo agora implora pelo apoio do Governo do Estado para manter viva a tradição.

Se antes ele se vendia como o grande comandante da festa, hoje se vê de cuia na mão, buscando recursos, porque até setor privado encontra dificuldade de oferta. “Os valores das bandas tornaram-se altos, astronômicos, quem está dizendo não sou eu, são organizações que fazem eventos particulares cobrando ingressos, não estão conseguindo pagar os valores das atrações”, justificou.

O que Zé Ronaldo não admite é que sua defasagem política e administrativa tem um peso enorme na falta de apoio ao evento. Afastado da prefeitura há mais de seis anos, ele parece ter perdido o pulso do setor, insistindo em um modelo de micareta que não atrai mais investidores.

Portas fechadas na Cara

A tentativa de captura de patrocínios foi um fracasso total. Empresas de Feira de Santana, Salvador e até São Paulo foram procuradas, mas todas rejeitaram o projeto. “Em outubro, novembro, eu visitei as maiores empresas de Feira de Santana, pedi audiências a todas essas empresas, fui e levei um projeto, entreguei esse projeto em todas as empresas em Feira e em Salvador, mantivemos contato também em São Paulo e vários estados do Brasil, buscando parceria para fazer a micareta, mas infelizmente nenhuma empresa manifestou interesse em participar e ajudar a pagar as despesas da Micareta”, lamentou Ronaldo.

A mensagem foi clara: o mercado não confia mais na gestão do evento sob o comando do prefeito. Não há mais espaço para amadorismo quando o assunto é entretenimento de grande porte.

A última cartada: O Governo do Estado

Sem apoio privado, restou a Zé Ronaldo recorrer ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), em um movimento que não deixa de ser irônico, dado seu histórico político. “Todo mundo sabe que fui convidado para uma reunião com o governador, após a audiência concedida, perguntei sobre a micareta, sentamos juntos (com o governador), queria saber se realmente o estado poderia participar ajudando, falo ajudando, não a ajuda com a segurança pública, isso é uma rotina, isso é uma coisa normal, seria ajudando realmente na colaboração de algumas atrações musicais”, disse.

O problema é que, com a festa enfraquecida e sem um projeto inovador, até mesmo o Governo do Estado pode não enxergar sentido em investir pesado na Micareta. Diante da dificuldade financeira, Ronaldo já anunciou que fará uma edição “enxuta”, sem grandes estrelas e sem o tradicional arrastão no último dia do evento.

O fim de uma Era?

O que antes era um orgulho para Feira de Santana hoje se torna um pedido de socorro. A Micareta de 2025 pode marcar não apenas a decadência do evento, mas também o declínio político de Zé Ronaldo. Se não houver uma reestruturação completa do formato e da gestão da festa, o maior carnaval fora de época do Brasil pode acabar virando apenas uma sombra do que já foi.

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