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Sem abrigo e sem comida: A dura realidade dos animais no Parque Erivaldo Cerqueira

Osvaldo Cruz
3 Min Leitura

No coração de Feira de Santana, o Parque Erivaldo Cerqueira — um espaço que deveria ser sinônimo de lazer, natureza e acolhimento — tem sido palco de uma cena triste e revoltante. Animais como patos, porcos da índia, aves silvestres e peixes enfrentam há mais de duas semanas a escassez de alimentos. O cenário é de sofrimento silencioso, ignorado pelo poder público e testemunhado com pesar por frequentadores do parque.

A denúncia, feita por cidadãos que caminham diariamente pelo local, revela que os patinhos, já fragilizados pela fome, vagam em busca de comida. Alguns chegam a morrer dias após o nascimento por falta de nutrição e abrigo. Com a chegada do período chuvoso, a situação se agrava ainda mais. Os animais não têm qualquer estrutura que os proteja da chuva ou das baixas temperaturas. Um descaso que fere a dignidade de qualquer ser vivo.

O Parque é administrado pela Secretaria de Serviços Públicos, através do Departamento de Parques e Jardins — um órgão que tem como função principal cuidar da estrutura física, mas que, paradoxalmente, também acaba sendo responsável pelos animais, sem o preparo técnico ou respaldo legal para isso. Enquanto isso, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que tem a competência legal para zelar pela fauna e flora da cidade, permanece à margem da gestão dos parques urbanos.

A incoerência na distribuição de responsabilidades levanta questionamentos urgentes. Por que animais continuam sob a tutela de um departamento que não tem competência nem estrutura para isso? Por que a Secretaria de Meio Ambiente não assume a gestão da fauna urbana? Até quando os animais dos nossos parques viverão à mercê do improviso e do abandono?

A Câmara Municipal, que recentemente levantou debate sobre a presença de animais soltos nas ruas da cidade, precisa agora agir com firmeza. É urgente acionar o poder executivo para resolver, de forma definitiva, essa situação inaceitável de negligência com os animais dos parques públicos.

Feira de Santana precisa olhar com mais humanidade para os seus espaços verdes e para os seres que ali vivem. Os patinhos e demais animais do Parque Erivaldo Cerqueira não têm voz. Mas têm fome. E precisam ser ouvidos — antes que o silêncio se torne irreversível.

 

 

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