Alertar aos órgãos governamentais e também à população para o risco da retomada de doenças consideradas erradicadas, por conta do baixo índice da vacinação. Este é o objetivo da presença do promotor público Aldo Rodrigues na Tribuna Livre da Câmara Municipal, próxima quarta-feira (21). Na sessão de hoje (15), a presidente da Casa da Cidadania, Eremita Mota (PSDB), falou sobre o tema e conclamou os colegas a ouvir o pronunciamento do promotor. O Legislativo pretende convidar instituições a exemplo da Universidade Estadual de Feira de Santana, faculdades privadas, escolas de ensino médio e fundamental, além dos agentes de endemias e outros vários segmentos em vista da importância do assunto.
Nos últimos anos, salienta Eremita, ocorreu uma significativa diminuição do número de pessoas vacinadas em todo o país, o que se verifica em Feira de Santana, inclusive relativo à Covid-19, pandemia que ceifou milhares de vidas. A baixa cobertura vacinal, diz a dirigente, é resultado principalmente de uma forte divulgação de fake news – notícias falsas anunciando que vacinas tem causado doenças e até mortes por infarto. “Levam muita gente a recuar, perigosamente, pois isto na verdade deixa cidadãos desprotegidos”. Quando alguém deixa de se vacinar, alerta a vereadora, pode até não se tornar paciente grave, caso venha a contrair alguma doença, mas se torna transmissor em potencial, podendo infectar e causar dano sério à saúde do seu semelhante.
Para a presidente da Câmara, o desinteresse da população é consequência de “descaso do poder público”. Falta, em seu entendimento, eficiência dos municípios em seus postos de saúde. “As pessoas se desestimulam quando perdem tempo visitando várias unidades e não encontram o serviço”, critica. Entre 2002 e 2012, a cobertura vacinal média do Brasil foi de 95%. Em 2019, a queda na cobertura vacinal atingiu patamares preocupantes. Nenhuma das nove vacinas indicadas para bebês atingiu a meta prevista pelo governo e quatro delas tiveram os piores resultados da série histórica. Com esses números desfavoráveis, Eremita defende a realização de força-tarefa, por parte dos órgãos responsáveis, visando a imunização em massa e, sobretudo, uma campanha em relação a notícias falsas.
O calendário nacional de imunização oferece 15 vacinas, disponíveis anualmente de forma totalmente gratuita para a população através do SUS, todas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS): BCG, HPV (vírus do papiloma humano), Pneumocócica, contra pneumonia, Meningocócica C, Febre Amarela, VIP/VOP (vacina inativada e vacina oral poliomielite), Hepatites A e B, Penta (vacina adsorvida difteria, tétano, recombinante, Haemophilus influenzae b – conjugada e pertussis), Rotavírus, Influenza, tetra viral (varicela-catapora, sarampo, caxumba e rubéola), tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), dupla adulto (difteria e tétano), dTpa (difteria, tétano e coqueluche).
Ascom