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Prefeito de Feira de Santana enfrenta Justiça em novo capítulo do escândalo milionário de desvio da Saúde, nesta quarta-feira 29

Osvaldo Cruz
4 Min Leitura

O prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, volta ao banco dos réus no próximo dia 29 de janeiro de 2025, em mais um desdobramento do escândalo que abalou os alicerces da saúde pública no município. Trata-se de um novo capítulo do processo resultante da Operação Pityocampa, que revelou um esquema de desvio milionário de recursos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

A audiência será presidida pela juíza Gabriela Macêdo Ferreira na Justiça Federal. Além de ouvir o prefeito, outros réus e testemunhas também prestarão depoimentos sobre o caso que investiga contratos superfaturados firmados entre a Prefeitura de Feira de Santana e a Coofsaúde (Cooperativa de Trabalho).

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a Coofsaúde recebeu cerca de R$ 285,6 milhões entre 2009 e 2018, dos quais pelo menos R$ 71,6 milhões foram superfaturados. Esses recursos deveriam ter sido aplicados na saúde pública, mas, segundo a acusação, foram desviados por meio de licitações fraudulentas e contratos irregulares.

Defesa e adiamentos suspeitos

O caso se arrasta desde 2022 e já teve audiências adiadas, como a de outubro de 2024, agora remarcada para janeiro deste ano. A defesa de José Ronaldo conseguiu postergar os interrogatórios sob o argumento de necessidade de tempo para análise de provas, o que, para muitos, soa como uma tentativa de ganhar tempo.

A denúncia, baseada no processo de número 1022683-59.2022.4.01.3304, aponta que José Ronaldo agiu dolosamente ao não fiscalizar a aplicação dos recursos públicos. Segundo o MPF, sua omissão foi decisiva para que milhões fossem desviados em favor da empresa REDESAÚDE, ligada ao esquema.

Milhões desviados da saúde pública

Os números impressionam e revoltam: enquanto a saúde pública do município enfrenta carência de medicamentos, falta de leitos e precarização dos serviços, milhões de reais foram supostamente drenados para interesses privados.

“Não há dúvida de que José Ronaldo de Carvalho omitiu-se dolosamente no dever de fiscalizar a boa aplicação dos recursos públicos”, afirmou o MPF na denúncia.

O desvio de R$ 71,6 milhões não apenas escancarou o rombo nos cofres públicos, mas também evidenciou a fragilidade dos mecanismos de fiscalização na gestão municipal.

Repercussão e expectativas

O caso segue sendo um divisor de águas para a política de Feira de Santana. Enquanto a população clama por justiça, os olhos estão voltados para a audiência desta quarta-feira (29), que promete ser decisiva no processo.

Se condenado, o prefeito poderá enfrentar as consequências de um dos maiores escândalos de desvio de recursos da saúde pública no estado da Bahia. A pergunta que ecoa nas ruas é: quem irá pagar a conta pelo colapso na saúde de Feira de Santana?

A audiência, marcada para sede da Justiça Federal, deve trazer novos desdobramentos sobre o futuro do prefeito e o impacto do caso na política local.

Fontes

A Tarde

B News

Folha do Estado 

CL Jornal 

Bahia Municípios

Acorda Cidade 

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