A política na Bahia parece repetir padrões que permitem alianças à margem do reconhecimento político. Em 2022, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), foi acusado de “cozinhar” o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho (União Brasil), o que resultou no isolamento político de Ronaldo, que sequer conseguiu uma candidatura relevante naquele ano. Agora, a história parece se repetir, mas com os papéis invertidos.
José Ronaldo, que se elegeu prefeito de Feira de Santana com apoio de figuras-chave, assim como o ex-vereador Paulão do Caldeirão (PP), foi criticado por não reconhecer a fidelidade de seus aliados. Paulão, que obteve 4.613 votos na última eleição, abriu mão de benefícios partidários e desobedeceu até ordens diretas da liderança do PP para apoiar Ronaldo. A sua lealdade, no entanto, não tem sido recompensada.
A lealdade de Paulão e o silêncio de Ronaldo
Mesmo tendo transferido votos significativos para a candidatura de José Ronaldo, Paulão está sendo ignorado nas nomeações do alto escalonamento do governo. A ausência de reconhecimento gerou insatisfação entre os eleitores de Paulão, que esperavam que sua fidelidade fosse retribuída com uma posição estratégica na nova administração.
Os eleitores de Paulão que votaram em José Ronaldo se questionaram: vale a pena sacrificar seu mandato em nome da lealdade ao seu líder? Talvez, se Paulão não tivesse resistido tanto às orientações dos dirigentes do PP e tivesse aceitado as vantagens oferecidas, ele poderia ser reeleito e estar com sua posição política consolidada.
A população de Feira de Santana questiona: será que Ronaldo fará com Paulão ou que ACM Neto fez com ele? O cenário levanta um debate sobre as práticas políticas na Bahia, onde a falta de valorização dos aliados pode se tornar uma constante.
Os eleitores aguardam decisão
Enquanto o tempo passa e o silêncio de José Ronaldo persiste, a expectativa cresce. Os apoiadores de Paulão esperam um resultado positivo, que mostrem que a lealdade ainda tem espaço na política. Por agora, o sentimento predominante é de frustração e desilusão.
Caso Ronaldo siga ignorando Paulão, poderá enfrentar consequências políticas nas próximas eleições de 2026 e 2028, com a possível perda de um aliado importante e a insatisfação de uma parcela significativa de seus candidatos. A repetição desse ciclo de desvalorização deixa um alerta para os políticos baianos: a lealdade não pode ser uma moeda de troca adequada.
Agora, resta saber se José Ronaldo ouvirá o clamor popular ou se perpetuará o ciclo que tanto o prejudicou no passado.