Em Feira de Santana, a crise enfrentada pelos trabalhadores terceirizados se agrava a cada dia, enquanto o atual prefeito, José Ronaldo, permanece inerte diante de uma situação que clama por humanidade e responsabilidade. Com milhares de servidores sem receber seus salários há meses, especialmente nas pastas da saúde e da educação, o drama de pais e mães de família que não fornecem garantia o básico para seus lares ganham contornos de desespero.
Ao assumir a gestão, José Ronaldo tinha ciência de que as dívidas relacionadas aos verbas salariais dos servidores são de responsabilidade do Município, e não de seu antecessor. No entanto, o gestor tem optado por adotar uma postura fria e distante, priorizando outros afazeres de sua administração em detrimento das necessidades urgentes dos trabalhadores que, muitas vezes, o elegeram com a esperança de dias melhores.
Esses mesmos servidores, que atuaram como agentes cooptadores de voto durante a campanha eleitoral, agora se veem abandonados. Muitos não têm como colocar comida na mesa para seus filhos ou arcar com despesas básicas. Enquanto isso, o prefeito e sua família desfrutam de conforto e estabilidade, em contraste que evidencia a falta de empatia e sensibilidade com a realidade dos que sustentam a máquina pública com seu trabalho.
A responsabilidade do ex-gestor pode e deve ser apurada em um processo adequado, mas isso não exime o atual prefeito de suas obrigações de atender, com urgência, a necessidade dos trabalhadores. Sua postura lembra o refrão de uma música tocada durante o período eleitoral que dizia: “Zé Ronaldo é Colbert, Zé Ronaldo é Colbert” , destacando que a história parece se repetir – as mesmas práticas, a mesma negligência, a mesma indiferença.
É desumano que milhares de famílias esperam à mercê da boa vontade de um governo que deveria priorizar a dignidade humana acima de qualquer interesse político ou financeiro. Que os gritos de socorro desses trabalhadores ecoem, e que a gestão municipal se atue pela responsabilidade que lhe foi confiada pelo povo. Afinal, dignidade e respeito não são favores, são direitos.