Publicidade
Publicidade

O preço do abandono: Cristovaldo e os servidores esquecidos por Zé Ronaldo

Osvaldo Cruz
4 Min Leitura

Por décadas, os servidores terceirizados e cargos de confiança da Prefeitura de Feira de Santana não enfrentaram tantas dificuldades quanto agora. Espectativas de mudança e valorização que foram criadas durante a campanha eleitoral sobre a eleição Zé Ronaldo e Pablo Roberto se transformaram em frustração para milhares de trabalhadores. A promessa de resolver problemas históricos, como atraso de salários e desvalorização profissional, não passou de sonho, e os resultados são devastadores.

Desamparo e fome entre os trabalhadores

Entre os mais afetados está Cristovaldo de Jesus, figura emblemática da campanha eleitoral, que se dedicou com afinco à vitória da atual gestão. Antes cobiçado e respeitado, hoje ele vive à mercê de doações de amigos para sobreviver. Cristovaldo ilustra o abandono de uma gestão que virou as costas para aqueles que ajudaram a construir seu sucesso eleitoral.

Amigos relatam que Cristovaldo, que um dia influenciou os rumores da política local, agora depende de cestas básicas para alimentar sua família. Essa realidade não é isolada. São incontáveis os relatos de mães de família, servidores técnicos de enfermagem e outros trabalhadores terceirizados que, devido aos atrasos, alimentam os filhos com flocos de milho e chá.

Três meses sem variações: uma crise humanitária

O cenário é ainda mais alarmante no setor da saúde. Em entrevista recente, o secretário de saúde admitiu ter ficado comovido ao ouvir que uma técnica de enfermagem estava organizando uma “vaquinha” para alimentar seus três filhos. No entanto, apesar da sua solidariedade, a solução prática para sair dos atrasos, que já acumularam três meses, não foi apresentada.

A justificativa oficial é de que a responsabilidade com os pagamentos só começaria em fevereiro. Contudo, para quem tem contas a pagar e crianças para alimentar, 18 dias do novo governo e de espera já são um pesadelo.

O peso do abandono

A história de Cristovaldo é compartilhada por outros líderes que deram tudo de si pela campanha de Zé Ronaldo. Nomes como Daniel da Rua Nova, Magal, Altemir da Caboronga, e tantos outros, conhecidos pela sua dedicação incondicional, também aguardam nomeações ou, pelo menos, reconhecimento pelo esforço. No entanto, o que recebe é silêncio e desprezo.

O impacto emocional e social desse caso é imensurável. Para esses trabalhadores, que andaram lado a lado com Zé Ronaldo e Pablo Roberto, a frieza da gestão atual representa uma traição. O sonho de um futuro melhor deu lugar ao desespero de não saber como alimentar a família no dia seguinte.

Do sonho ao pesadelo

O que era esperança virou desilusão. Aqueles que lutaram arduamente para eleger uma nova gestão agora enfrentam fome, humilhação e esquecimento. Feira de Santana assistiu a uma crise sem precedentes, onde os verdadeiros heróis do trabalho diário são negligenciados em nome de uma gestão que prometeu mudar, mas até agora só deixaram marcas de abandono.

A cidade aguarda por respostas, enquanto os servidores terceirizados e os “orelhinhas secas” clamam por justiça e respeito. Para eles, o silêncio das autoridades é torturador.

 

Compartilhe este artigo