Na Escola Municipal Valdemira Alves Brito, situada no Sítio Matias, bairro Tomba, em Feira de Santana, um momento de brincadeira entre colegas acabou se transformando em um verdadeiro pesadelo para o jovem Reinan Carlos Gonçalves, de apenas 14 anos. Ao ser empurrado por um colega, o adolescente caiu e cortejou o braço direito. O que poderia ser um acidente com consequências controladas, no entanto, se agravou dramaticamente devido a uma condição rara de saúde que ele enfrenta: a Hipersensibilidade Não Seletiva aos AINEs (Anti-inflamatórios Não Esteroidais).
Uma dor invisível e sem ruptura
Reinan sofre de uma condição médica grave e rara que impede o uso de qualquer medicamento anti-inflamatório e analgésico, mesmo os mais comuns, como dipirona, ibuprofeno ou paracetamol. Essa hipersensibilidade pode causar reações alérgicas graves, desde erupções aparentes e dificuldades respiratórias até risco de choque anafilático — o que torna a administração de medicamentos um verdadeiro desafio, especialmente em situações emergenciais como essa.
Enquanto lida com uma dor intensa provocada pela fratura no braço, o jovem se vê impedido de tomar qualquer tipo de medicamento que possa aliviar seu sofrimento. “É desesperador ver meu filho gemendo de dor e não poder fazer nada”, desabafa Cleide Jane dos Santos, mãe do adolescente.
Buscar ajuda e portas fechadas
Desde o acidente, a mãe tem travado uma luta diária em busca de ajuda junto à rede pública de saúde e educação. Cleide procurou primeiro a escola e, em seguida, a Secretaria Municipal de Educação (SEDUC), na esperança de conseguir apoio para o encaminhamento médico de Reinan. O garoto precisa ser internado para a realização do chamado “teste de prova de medicamentos”, um procedimento cuidadoso feito sob supervisão médica para descobrir quais substâncias ele pode utilizar com segurança.
Mas, até agora, todas as tentativas foram frustradas. “Não tive nenhum suporte da escola. Também fui à SEDUC, falei com um assistente social que me prometeu retorno, mas até agora, nada. Meu filho continua sofrendo”, relata, com a voz embargada, a mãe, que informou que nesta quarta-feira (09) buscará apoio na Defensoria Pública e no Ministério Público.
Risco de vida
Segundo laudo da médica Dra. Cristiane Brito Pereira, o quadro de Reinan é extremamente preocupante. A ausência de medicamentos para dor e febre aumenta significativamente o risco de infecção e pode colocar sua vida em perigo. Cada hora sem o cuidado adequado pode representar danos irreversíveis à sua saúde física e mental.
Uma denúncia em nome da vida
O caso de Reinan precisa ultrapassar os muros da burocracia e encontrar um eco forte na sensibilidade das autoridades públicas. Crianças como elas não podem ser invisíveis. A omissão diante de uma situação tão grave precisa ser eliminada por ações urgentes e eficazes.
A comunidade feirense é chamada a se solidarizar com a dor de Reinan e a cobrar, com firmeza, uma resposta imediata dos órgãos responsáveis. Este não é apenas um caso isolado, é um grito de alerta sobre a importância de uma rede pública que acolha, cuide e salve.
Que a dor de Reinan ecoe como um chamado à ação. Ele não pode esperar. A vida e o bem-estar de um adolescente estão no jogo — e nenhuma criança merece sofrer em silêncio.
Telefone para contato 75 98852-0337.