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Cem Dias de Governo Zé Ronaldo: Cem dias de propaganda e agonia em Feira de Santana

Osvaldo Cruz
4 Min Leitura

Feira de Santana completa, nesta semana, cem dias do quinto mandato do prefeito José Ronaldo (União Brasil), ao lado do vice Pablo Roberto. E o que poderia ser um marco de novos rumos para o município tem se revelado, para muitos, como um período de angústia, promessas não cumpridas e sofrimento contínuo da população. Cem dias de governo e nenhuma mudança real para os que mais precisam. Ao contrário, há quem diga que o cenário piorou.

Se olharmos com atenção e isenção, a conclusão é inevitável: nada mudou. “Tudo como dantes no quartel de Abrantes.” O governo segue sustentado por um projeto antigo, baseado no encantamento da esperança, mas sem entrega de resultados concretos. José Ronaldo, há quase 30 anos, tem se especializado em prometer – e em adiar o futuro. Um futuro que nunca chega para os que vivem nas filas do SUS, nas escolas precárias, nas comunidades esquecidas.

A dor tem nome, rosto e endereço

Thiago, morador da comunidade Linda Vista, é um dos muitos exemplos do colapso da saúde pública municipal. Há cem dias tenta, sem sucesso, acessar a regulação para realizar um exame crucial que pode confirmar um câncer na garganta. Enquanto isso, a doença avança e o medo cresce. Na outra ponta da cidade, um jovem estudante da rede municipal quebrou o braço dentro da escola. Portador de uma doença rara, não pode tomar qualquer analgésico. Precisa de testes específicos, mas o sistema não o acolhe. Está em casa, em agonia, enquanto sua mãe busca desesperadamente apoio no Ministério Público e na Defensoria Pública.

A máquina pública está doente

Enquanto a propaganda do governo exalta promessas de hospitais e grandes obras, a realidade da administração pública é de desmonte e descaso. Servidores terceirizados seguem sem receber salários, vale-transporte, tíquete alimentação ou rescisões. Muitos foram demitidos e simplesmente esquecidos. Já os servidores estatutários, como os da Guarda Municipal, enfrentam oito anos de congelamento de direitos, sem reconhecimento de patentes ou mudanças de nível previstas em lei.

Promessas bilionárias, escolas abandonadas

Entre as manchetes oficiais e a vida real, há um abismo. Foram liberados dois grandes empréstimos que ultrapassam R$ 500 milhões. Mas o que se vê nas ruas são escolas sem professores, sem merenda, sem auxiliares e sem cuidadoras para crianças com deficiência. Prédios antigos alugados ainda abrigam secretarias, numa gestão que não se moderniza nem se humaniza. A APAE, referência no cuidado com pessoas com deficiência, segue sem o repasse da verba municipal.

Cem dias das mesmas práticas

As promessas de campanha continuam no palanque, mas a realidade do povo é amarga. A construção do hospital municipal segue apenas como discurso. A saúde está em frangalhos, a educação clama por estrutura, os servidores estão abandonados e a população vive, mais uma vez, à margem das prioridades do poder público.

Zé Ronaldo completa cem dias de governo, e Feira de Santana completa cem dias de incertezas, abandono e dor. Cem dias de propaganda, cem dias de sofrimento. Cem dias em que o povo segue à espera de um governo que, até agora, só entregou promessas.

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