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Pesquisa: ACM Neto 40,8% Jerônimo 40,3%

Osvaldo Cruz
6 Min Leitura

A disputa pelo governo da Bahia está completamente indefinida. É o que mostra a nova pesquisa AtlasIntel, contratada pelo grupo A TARDE, que aponta empate entre ACM Neto (União Brasil) e Jerônimo Rodrigues (PT), com uma diferença de apenas meio ponto percentual entre os dois.

Os números confirmam a linha ascendente do candidato petista, que tinha 32,6% na primeira pesquisa realizada em julho e, em menos de dois meses e após quatro rodadas de consulta, apresenta um crescimento superior a 23%, com 40,3 pontos percentuais.

ACM Neto, por sua vez, interrompeu a trajetória de queda verificada nas pesquisas anteriores, recuperou os 4,1 pontos perdidos desde julho e surge novamente na liderança com 40,8%, 1,1 ponto acima das intenções registradas na primeira pesquisa, um avanço de menos de 3%.

Quando a simulação coloca João Roma no segundo turno, o candidato bolsonarista perde para ambos os líderes da pesquisa, com 21,3% diante de Jerônimo e 19,1% frente a ACM Neto, demonstrando um teto para as pretensões eleitorais do ex-ministro da Cidadania.

Segundo turno

O equilíbrio demonstrado nos números consolidados se reproduz também nos recortes demográficos, com algumas peculiaridades. Em Salvador, por exemplo, onde seria de se esperar uma performance destacada do ex-prefeito que governou a cidade por oito anos e elegeu o sucessor, ACM Neto e Jerônimo também empatam na margem de erro, com 44,2% do candidato do União Brasil contra 42% de Jerônimo.

Cacá Leão (PP), candidato de ACM Neto, aparece apenas com 11,9%, numa clara inversão do cenário de intenções de voto para governador, que mais uma vez reforça o peso de um nome conhecido, como o do senador Otto, que, além da longa trajetória política teve grande exposição na CPI da Covid-19.

Imagem ilustrativa da imagem Disputa pelo governo Baiano tem empate, diz pesquisa AtlasIntel

Exposição que se traduz na liderança de Otto em todos os estratos verificados pela pesquisa. Otto lidera com folga em todas as faixas de idade, renda, escolaridade, gênero, religião e em todas as regiões pesquisadas.

O principal contraponto é o governador Rui Costa (PT) que, com seus 59% de aprovação e no exercício do mandato, tem sido um dos principais cabos eleitorais de Jerônimo, que conta ainda com Otto Alencar (49% de imagem positiva) e Jaques Wagner (37%), além de desfrutar, ele próprio de uma avaliação positiva de 41% do eleitorado.

Imagem ilustrativa da imagem Disputa pelo governo Baiano tem empate, diz pesquisa AtlasIntel

Mas, como os números mostram, se não houver uma inversão de votos na reta final, o cenário tem poucas chances de se alterar. Para Andrei Roman, a chance de uma definição das eleições estaduais ainda no primeiro turno não está descartada, mas depende de uma migração forte de votos no período de menos de três semanas que nos separa da votação do dia 2 de outubro.

Final acirrado

“A corrida da Bahia tem todos os ingredientes para um final acirrado, de grande emoção. Do lado do Jerônimo, ainda existe um excelente potencial de converter eleitores do Lula que hoje ainda não o conhecem e, por conta disso, acabam optando por ACM”, avalia Andrei Roman.

Arrependidos

“Boa parte dos eleitores de esquerda querem apenas derrotar Bolsonaro”, acredita Andrei. E entre eles, encontram-se também alguns arrependidos.

A pesquisa mostra que 12,4% do eleitorado que votou em Bolsonaro em 2018 hoje declara voto em Lula, assim como a maior parte (57,9%) do eleitorado que votou em Ciro no primeiro turno da eleição passada.

Migração

“A migração de votos de Bolsonaro para Lula mostra a desaprovação de eleitores que se encantaram com o discurso de Bolsonaro e hoje desistiram de apoiá-lo. É um eleitor mais educado e com renda acima da média”, detalha Andrei.

No contexto da Bahia, Lula está melhor em todos os segmentos, inclusive entre os evangélicos, A Bahia é um estado onde o petismo sempre foi forte”, contextualiza Andrei Roman, executivo-chefe da AtlasIntel e responsável pela pesquisa.

O único cenário em que Bolsonaro consegue alguma projeção a ponto de se aproximar de Lula é entre os que ganham mais de R$ 10 mil por mês. “Esse índice reproduz uma parcela de público consolidada em torno do Bolsonaro nessa faixa de renda em todo o Nordeste”, explica Andrei Roman.

Fora da disputa, os candidatos da chamada terceira via patinam. Simone Tebet saiu de 2 para 0,8 ponto percentual e Ciro oscilou de 5,1 para 5 pontos.

À medida em que a eleição se aproxima, o desempenho pífio da terceira via abre espaço para a adoção do voto útil, antecipando uma escolha que só ocorreria num eventual segundo turno.

Fonte Jornal A Tarde

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