A sessão ordinária da Câmara Municipal de Feira de Santana, realizada nesta terça-feira 13, foi marcada por um clima de tensão e críticas duras à atual gestão da saúde no município. O destaque ficou por conta do discurso veemente do vereador Paulão do Caldeirão (PP), que não poupou palavras ao atacar a diretora do Hospital Geral Clériston Andrade, a enfermeira Cristiana França. Segundo Paulão, a diretora estaria promovendo o que ele chamava de “carnificina”, ao dirigir de maneira incompetente uma unidade hospitalar essencial para a cidade.
“Tem apresentado atestado de incompetência a diretora do Clériston Andrade. Ela que pegou o hospital organizado depois da brilhante administração do saudoso Pitangueiras, deixou a desejar com tanta desorganização”, afirmou Paulão. Ele ainda anunciou que pretende colocar a equipe da TV Caldeirão de plantão na porta do hospital, para expor diariamente o que ocorre na unidade. Segundo ele, essa medida é uma forma de alertar a população e cobrar melhorias urgentes.
O vereador ainda estende suas duras críticas ao governador Jerônimo Rodrigues, pedindo que ele tome medidas para reduzir a superlotação e o caos nos atendimentos hospitalares da cidade. “É preciso credenciar outros hospitais, como o Dom Pedro de Alcântara e a Casa de Saúde Santana, para atender urgência e emergência. São duas unidades que poderiam estar atendendo a população e desafogando a fila da morte”, afirmou Paulão. Segundo ele, a atual falta de opções de atendimento é uma falha que pode custar caro ao governo. “O governador Jerônimo que eu votei para governador, tem que fazer algumas mudanças em Feira de Santana se quiser continuar”, disparou o vereador, em um recado direto ao líder do Executivo estadual.
Durante o Programa Rota da Informação na rádio Rota News, Paulão voltou a questionar a capacidade da gestora do Hospital Clériston Andrade e afastou qualquer interpretação sobre desavença pessoal com a enfermeira Cristiana França.
A contundência das declarações de Paulão causou forte ocorrência dos vereadores de oposição, como Professor Ivamberg Lima (PT), Luiz da Feira (PP), e Lu de Ronny (PV), que reagiram com descontentamento à postura dura do colega. Para eles, as críticas de Paulão soaram como uma retórica agressiva que, em vez de contribuir para soluções, coloca ainda mais pressão em um sistema de saúde já sobrecarregado.
O discurso de Paulão reacende um tema recorrente na política local e expõe um descontentamento que parece crescer entre as lideranças. A saúde pública em Feira de Santana, uma cidade que já lida com superlotação e desafios de infraestrutura, não vê centro de um debate acalorado, onde as promessas de fiscalização e a cobrança de melhorias ressoam como critério da população para que as promessas de campanha se tranformem em realidade.