Na pacata cidade de Anguera, as eleições de 2024 sacudiram o cenário político, revelando novas lideranças e enterrando mitos antigos. Por anos, Felipe Vieira, atual presidente da Câmara, foi o braço direito do ex-prefeito José Augusto (MDB). No entanto, como diz o ditado, “o tempo é o senhor de todas as coisas”. Felipe se desvinculou do antigo mentor, seguiu carreira ao lado de Mauro Vieira, principal opositor de Zé, e conseguiu arrastar uma série de lideranças consigo, promovendo um verdadeiro esvaziamento do grupo ao qual um dia pertenceu.
O resultado dessas mudanças se fez claro nas urnas. Após sucessivas derrotas de seu grupo político, Zé Augusto decidiu recomeçar sua carreira, candidatando-se ao cargo de vereador. Apesar de ter conseguido se eleger com 583 votos, Zé viu seu antigo pupilo, Felipe Vieira, alcançar uma expressiva votação: 1.229 votos, mais do que o dobro do ex-líder.
Essa virada política coloca uma questão central em Anguera: afinal, quem era o verdadeiro líder? Desde que Felipe abandonou o grupo de oposição, este vem sofrendo perdas significativas no eleitorado, culminando em uma verdadeira devastação nas urnas. O grupo opositor tentou levantar um novo nome, mas novamente foi massacrado. O prefeito Mauro Vieira, apoiado por Felipe, foi reeleito com 6.915 votos, representando 85% dos votos válidos. Já o candidato do ex-prefeito José Augusto, o Professor Júlio (MDB), conquistou apenas 1.207 votos, um magro percentual de 14,86%.
Com esse resultado, Zé Augusto chega à Câmara Municipal para um mandato solitário. Entre os nove vereadores eleitos, sete são governistas. Em uma reviravolta irônica, Zé será líder apenas de si mesmo, sem companheiros de partido ou uma bancada de oposição ao seu lado. O destino, ao que parece, reservou-lhe a solidão política.
Enquanto isso, a ascensão de Felipe Vieira, que despontou como o grande nome da nova política em Anguera, lança uma sombra sobre o passado de submissão ao ex-prefeito. Hoje, Felipe governa não só com uma maioria expressiva, mas também com a legitimidade de quem rompeu com as antigas amarras e definiu seu próprio caminho. Felipe Vieira se consolida como líder em Anguera e deixa Zé Augusto em segundo plano.
As eleições de 2024 não foram apenas uma disputa de votos. Foram o palco onde mitos caíram, alianças se transformaram e uma nova liderança consolidou seu domínio, deixando para trás antigos líderes, agora confinados ao papel de espectadores.