“O transporte é caro e ruim. A confirmação disso a gente encontra nos próprios pontos de ônibus. Diante dessa crise, o usuário está fugindo do sistema e adotando novos meios de transporte, única alternativa que possuem”. Esta declaração foi dada por Antônio Rosevaldo Ferreira, professor e presidente da Comissão de Mobilidade Urbana da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), durante sua explanação no primeiro Debate Público promovido pelo mandato do deputado estadual Angelo Almeida (PSB), em Feira de Santana.
Na abertura da programação, para contextualizar as discussões da noite, o parlamentar expôs uma trajetória histórica acerca do sistema de transporte público da cidade. Na oportunidade, destacou, desde a atuação de antigas empresas como Safira e Autonida, até a crise atualmente enfrentada por quem trabalha e é usuário deste serviço.
“Entendemos que o que houve em Feira de Santana foi o monopólio de todo o sistema de transporte e isso trouxe sérias consequências. O tempo é patrimônio individual das pessoas e ele tem sido desperdiçado cada vez que os usuários dependem de ônibus para se deslocarem na cidade. Hoje as empresas dizem, a todo momento, que estão agonizando. O sistema não consegue atender a demanda que Feira de Santana tem”, pontuou o deputado Angelo Almeida.
De acordo com Alberto Nery, que participou do Debate Público como representante da Câmara Municipal, inciativas como esta precisam ser ampliadas. “O sistema de transporte público está falido e a Prefeitura não se manifesta. Precisamos levar essa discussão também para as comunidades, para que mais usuários possam opinar em relação ao serviço que utilizam. Parabenizo a iniciativa dessa programação e ressalto que estamos abertos para receber alternativas e discutir o sistema de transporte que queremos para Feira”, disse.
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Feira de Santana (Sintrafs), José de Souza, ressaltou as dificuldades de quem convive de perto com a crise do setor. “Os problemas do sistema de transporte atingem os usuários e também a nossa categoria, que vive angustiada com a possibilidade do desemprego a qualquer instante. Nossa luta por melhorias é contínua, pois se o sindicato não se manifestar, nada muda, já que a Prefeitura não fiscaliza”, criticou.
O desafio do Debate, que ocorreu na noite dessa quinta-feira (16), no Auditório do Colégio Luis Eduardo Magalhães, foi a construção de um diagnóstico real das deficiências, ações assertivas e problemas vivenciados por todos que compõem o sistema de transporte. Como resultado do evento, será entregue ao Poder Público um documento contendo as necessidades expostas, tanto pelos componentes da mesa, quanto pelo público que acompanhou e participou do debate.
Ascom/deputado