O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União) partiu para o ataque contra os deputados estaduais do PP na Assembleia Legislativa da Bahia – a sigla, atualmente, conta com seis parlamentares na Casa. No entanto, mesmo com a adesão do partido à base de Neto, em 2022, os pepistas na Assembleia, por conta própria, decidiram manter-se na base de Jerônimo Rodrigues (PT), que venceu o pleito daquele ano.
Pelo Progressistas, os eleitos foram os seguintes: Niltinho, Antônio Henrique Jr, Nelson Leal, Felipe Duarte, Eduardo Sales e Hassan. Diante da possibilidade da Federação entre o PP e o União, muitos deles já cogitam migrar para o Avante, partido que está na base de Jerônimo.
Em entrevista a Rádio Regional, de Cícero Dantas, na manhã desta quarta-feira (2), ACM Neto partiu para o ataque contra os parlamentares. “Na verdade, os deputados estaduais do PP, a maioria da bancada na Assembleia Legislativa, sempre foi governo, nem votou comigo. A maioria deles, as bases nem votaram comigo em 2022. Eles sequer esperaram o ano de 2022 para o ano de 2023 virar, já estavam na base do governo de Jerônimo Rodrigues”, iniciou Neto.
“Infelizmente, uma parte da política não tem compromisso com a história, com os princípios, com os valores morais e éticos. E vai e se entrega mesmo. E aí é engraçado, porque se amanhã ou depois, alguém da União Brasil, ou eu mesmo, chego ao cargo de governador da Bahia, todo mundo vai querer voltar, todo mundo vai querer estar debaixo ali da sombra do governo. Infelizmente, a gente tem isso na política”, completou o ex-prefeito.
Luis Eduardo Magalhães Neto critica ex-prefeito: ‘nem uma ligação’
A crise na oposição baiana ganhou novos capítulos com as declarações de Luís Eduardo Magalhães Neto, empresário e herdeiro político de uma das famílias mais influentes do estado. Em análise contundente, ele apontou a falta de coesão no grupo liderado pelo ex-prefeito ACM Neto, destacando como as divisões internas estão minando a força oposicionista na Bahia.
O empresário fez suas ponderações após as críticas públicas do prefeito Júnior Marabá (PP) à condução política de ACM Neto. Segundo Magalhães Neto, em vez de buscar a construção de uma frente unida, o grupo tem se caracterizado por ataques a potenciais aliados.
“Figuras do grupo são mobilizadas para atacar aliados, enquanto ninguém parece ter espaço. Ninguém recebe o que deveria ser o mais simples: uma ligação, um espaço na agenda”, afirmou.
Em sua avaliação, a atual situação contrasta fortemente com a capacidade de articulação demonstrada por seu avô, Luís Eduardo Magalhães, e seu bisavô, Antônio Carlos Magalhães. “A Bahia carece de líderes como Antônio Carlos Magalhães, o original, e Luís Eduardo Magalhães. Líderes que eram capazes de formar bancadas fortes, dividindo bases eleitorais, e que atraíam mentes brilhantes tanto do setor público quanto do privado, garantindo vitórias em eleições majoritárias”, destacou.
As declarações revelam um mal-estar crescente no campo oposicionista, que desde a derrota nas eleições de 2022 vem enfrentando dificuldades para se reorganizar. O cenário coloca em xeque a capacidade da oposição de apresentar uma alternativa coesa nas próximas eleições estaduais, mantendo o PT em posição de vantagem no tabuleiro político baiano.
Fonte: NB Notícias da Bahia