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Poema de quebrada – Mão de visgo

Osvaldo Cruz
1 Min Leitura

Só me arranja barca furada

Não sou gado para entrar em laranjada
Seu kaô não vai colar em mim
Vou vazar agora, me picar daqui

O nome do peixe é pinote
Quem pisa em cobra recebe o bote
Só dou ideia cheque com papo reto
Se toca, pivete, eu tô sempre pelo certo

Venha na humildade, que já passei a visão
Se tá na maldade, vai pirar o cabeção
Já cantei a pedra, fique logo de quequé
Malaca também escorrega e vira Zé Mané

Vem fazer teu aqué pegando no batente
Larga de ser bolo doído tirado a chapa quente
Isso é rabo de foguete pra pompo sujo
É nóis, um cacete, fica com teu dito-cujo

Ô véi, a quebra aqui tá osso
Quando os cana pintam, vem chumbo grosso
Não caia nessa pilha, casca fora dessa treta
Quem não leva tranca, recebe caixão e vela preta

Fica aí na nóia, se achando cavalo do cão
Enquanto eu ando de boa, tu é freio de camburão
Já vi aqui, mano, muito barril dobrado
Entrar num esparro e ter o CPF cancelado.

Por Sergio Augusto

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