A Câmara Municipal de Feira de Santana promoveu, na manhã desta quinta-feira (03), Audiência Pública para discutir com a sociedade civil e órgãos competentes a abrangência da Campanha da Fraternidade 2018, que tem como tema “Fraternidade e Superação da Violência”. A sessão foi realizada atendendo ao ofício da Comissão de Reparação, Direitos Humanos, Defesa do Consumidor e Proteção à Mulher.
A vereadora Eremita Mota (PSDB) presidiu a sessão compondo a mesa de honra ao lado do suplente de deputado estadual Ângelo Almeida, o chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Governo, Gilvan Leal; o Arcebispo Metropolitano de Feira de Santana, Dom Zanoni Demettino Castro; e o presidente da Cáritas Arquidiocesana, Reginaldo Dias Miranda.
Ao saudar os presentes e parabenizar a Casa pela promoção do debate, o Arcebispo Metropolitano de Feira de Santana, Dom Zanoni Demettino Castro, destacou a importância de discutir o tema da Campanha da Fraternidade 2018, pontuando as consequências da violência para a sociedade. O líder católico lamentou os altos índices de violência registrados no país.
“O tema Fraternidade e Superação da Violência é de grande relevância para a sociedade, não é a primeira vez que a Campanha trata desse tema. Ao longo de 50 anos, a violência foi tema da Campanha por sete vezes, O que nos faz perceber como é complexa e persistente a violência em nosso país, ela tem raízes profundas e é difícil de combatermos”, lamentou.
O suplente de deputado estadual Ângelo Almeida parabenizou o trabalho da Igreja Católica no sentido de pregar a paz e a melhoria da qualidade de vida da população. Para ele, é preciso investir em políticas públicas de combate à desigualdade social. “A violência não é fruto de pobreza, mas colheita da desigualdade social. Devemos saudar e parabenizar a Igreja Católica que nos possibilita debater esse tema tão importante por todo o país. A saída está na política e a democracia exige que a política seja valorizada. A desigualdade social é a marca registrada do que estamos vivendo hoje no Brasil e espero que seja transformada essa realidade. A saída é pela política e fortalecimento da educação e base no Brasil”, concluiu.
Representando o prefeito municipal Colbert Martins Filho, o chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Governo, Gilvan Leal, reafirmou a importância de consolidação da paz no cenário nacional e lamentou a perda de importantes valores no ambiente familiar.
“Esse não é um mal que se instalou apenas no Brasil. Como vamos reagir diante de um processo se não conseguimos perdoar. Uma célula fundamental para consolidar a paz é a valorização doseio familiar Reginaldo Dias Miranda, presidente da Cáritas Arquidiocesana, parabenizou a Comissão responsável pela proposição da discussão. “Construir a fraternidade com a promoção da cultura da paz não é papel exclusivo da Igreja, mas também da política. Não é uma tarefa fácil, mas precisamos nos dedicar para essa conquista. Essa Casa precisa, sim, implementar políticas públicas que incentivem a cultura da paz e superação da violência”, afirmou, fazendo coro ao discurso de Ângelo Almeida defendendo a importância de combate às desigualdades sociais.
O vereador Cadmiel Pereira (PSC) agradeceu a aprovação do requerimento solicitando a realização da referida sessão. “É de extrema importância essa Casa não se furtar desse debate. E, 03 de fevereiro de 2018 participei de debate em torno da Campanha da Fraternidade e me comprometi a trazer esse debate para essa Câmara.
O tema e o lema da Campanha da Fraternidade está pautado no Evangelho de Matheus. Quero parabenizar a Cáritas e à Igreja Católica por esse debate ocorrido nesta manhã”, afirmou lamentando os dados que apontam a Bahia ocupando o 5º lugar no ranking da violência no país. Ao cumprimentar os presentes, o vereador Roberto Tourinho (PV) pontuou a corrupção como uma das mais graves formas de violência.
“Estamos vendo o nosso país em situação de falência. Uma rede de televisão está promovendo uma campanha para saber qual o país que nós brasileiros queremos. E um país sem corrupção já é um avanço contra a violência. Em Feira de Santana no ano de 2017 tivemos mais gente assassinada do que em Nova York, que possui aproximadamente 9 milhões de habitantes”, relatou.
Para a vereadora Gerusa Sampaio (DEM), a Campanha da Fraternidade é uma importante ferramenta para debater temas de grande relevância social. A edil comemorou os avanços alcançados pelo município, mas defendeu a necessidade de novos investimentos para o combate à criminalidade e para assistência e acolhimento das vítimas e do cidadão agressor.
“Essa Casa dá uma prova hoje de que está comprometida com a superação da violência. Temos políticos sérios e comprometidos em diminuir os casos de violência em nosso município. Mas, precisamos entender a necessidade de cuidar também dos agressores, eles precisam de políticas públicas para tratar, cuidar e ressocializar o indivíduo agressor. Violência necessita de tratamento de saúde. Deixo aqui minha fé e esperança que cada um de nós pode lutar pela justiça, pela igualdade e pela fraternidade”, destacou Gerusa.
O vereador Zé Curuca (DEM) parabenizou a Igreja Católica por abordar a violência como tema da Campanha da Fraternidade deste ano. “É importante semearmos a paz. A violência não leva ninguém a lugar a nenhum. O tema da Campanha nos leva a refletir sobre a importância de defender a prática da paz e o combate da violência em nosso país.
Os valores familiares estão sendo perdidos, os jovens não pedem mais a benção aos pais e nem respeitam os mais velhos. Devemos procurar fazer o bem sem olhar a quem”, concluiu.