A justiça mais uma vez dá uma prova inconteste de falta de isonomia, onde se presume que todos devem ser iguais perante a lei. Não devendo ser feita nenhuma distinção entre pessoas que se encontram na mesma situação. E neste caso específico são milhares de mulheres de baixa renda em situação similar, e, por extensão, não gozam dos mesmos direitos e benefícios obtidos por Adriana Ancelmo que sangrou, com a coordenação criminosa de seu marido e seus demais cupinchas, os recursos públicos do Estado do Rio de Janeiro.
Tal medida elitista, descabida, adotada pela justiça brasileira é considerada um tapa desferido contra a face de uma sociedade fragilizada, onde impera a impunidade conduzida e corroborada por um modelo político plutocrático. A concessão da liberação da ex-primeira dama do crime, Adriana Ancelmo, aconteceu na noite desta quarta-feira (29). Oportunidade em que deixou as dependências da ala feminina de Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, rumo ao seu luxuoso apartamento no Leblon, Zona Sul da capital, após ter sido agraciada pela justiça com medida em que a transfere da prisão preventiva em regime fechado para a prisão domiciliar. A meliante foi conduzida em um veículo da Policial Federal.
Ao chegar frente ao prédio onde reside por volta das 20h, ela era aguardada por centenas de manifestantes que gritavam palavras de ordem como “ladra”, entre outras frases hostis como“ Volta para Bangu!””. Também foram estendidas faixas e cartazes com dizeres tipo “Direitos iguais para as detentas pobres”. A marginal de colarinho branco juntamente com o esposo, Sérgio Cabral, foram presos no final do ano passado na Operação Calicute e são acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-governador já tem centenas de processos abertos pelo Ministério Público e continua preso em Bangu.
Sérgio Jones