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Dia Municipal da Capoeira comemorado com sessão solene na Câmara

Osvaldo Cruz
5 Min Leitura

DSC_0111-630x300A Câmara Municipal de Feira de Santana promoveu na ultima quinta-feira (23) sessão solene em comemoração ao Dia Municipal da Capoeira, atendendo a Lei de nº 2418/2013. A mesa de honra da solenidade foi composta pelo presidente do Legislativo feirense, vereador José Carneiro Rocha (PSDB); o secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Edson Borges, representando o prefeito José Ronaldo de Carvalho; a presidente do Núcleo Odungê, Lourdes Santana;  e os palestrantes Antônio Carlos das Neves, mestre de capoeira; e Geovana Ferreira da Silva, assistente social. A sessão foi presidida pelo vereador João Bililiu (PPS).

Ao saudar os presentes, o presidente da Câmara, José Carneiro Rocha, relatou um pouco da história da capoeira e destacou a sua contribuição para o resgate da cultura, dos valores e para formação do povo brasileiro.   “A capoeira é revolucionária porque contesta os valores impostos pelas classes dominantes da sociedade, pois suas origens são da luta contra a dominação. A importância da capoeira para o povo é grande, traduz história, luta, afirmação, cidadania e a busca da igualdade social”, afirmou.

Antonio Carlos das Neves, o mestre Bendengó, levou para a tribuna da Casa o som do berimbau como forma de saudação a todos os mestres de capoeira e demais presentes na sessão. O mestre pontuou a importância do dia dedicado à modalidade, criado no ano de 2003, como forma de valorização e reconhecimento e sugeriu a inclusão da capoeira no currículo escolar do Município.

“Hoje temos 237 engenhos catalogados e daí nasce a nossa capoeira com o ânsia de liberdade para o nosso povo. Tudo que fazemos com a capoeira tem os seus elementos, e são esses elementos que formam a cultura. Considerada atividade física, a capoeira é mais que isso, é parte da cultura do nosso povo”, destacou lembrando que “a capoeira é luta de libertação”.

A assistente social Geovana Ferreira da Silva explicou a atuação do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento das Comunidades Negras e Indígenas e ressaltou a importância de combate do preconceito e valorização da cultura regional. “O nosso papel é divulgar, avaliar e fiscalizar o cumprimento da Política de promoção da Igualdade Racial, voltada para a promoção e a defesa dos direitos étnicos individuais e coletivos, além de combater a discriminação e as demais formas de intolerância étnica”, pontuou.

A presidente do Nucleo Odungê, Lourdes Santana, parabenizou a Casa pela realização da sessão solene e lamentou a ausência de representantes do movimento negro de Feira de Santana. “Feira de Santana está perdendo muito porque existem pessoas usando de forma indevida o nome da capoeira. Lourdes convocou as comissões temáticas da Casa a atuarem de forma mais efetiva nas ações de combate ao preconceito racial.

O vereador Cadmiel Pereira (PSC) ao parabenizar a Casa pela solenidade, lembrou que em  03 de agosto é comemorado o dia do capoeirista em todo o país e em 2008 a capoeira foi reconhecida Patrimônio Cultural brasileiro pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). O edil é autor do Projeto de Lei nº 30/2017, que institui a Semana Municipal da Capoeira.

“A Semana Municipal da Capoeira, que passa a ser comemorada anualmente na segunda semana do mês de agosto tem por objetivo fomentar e difundir a prática da capoeira no Município e homenagear os ícones desse esporte. Essa semana deverá ser comemorada com a realização de seminários, aulas, palestras, rodas de capoeira, dentre outras ações. Temos que avançar e criar um debate de incentivo ao ensino da capoeira e formação profissional dentro das unidades municipais, visando o fortalecimento desta manifestação cultural”, afirmou.

O advogado do Conselho Municipal de Igualdade Racial, Albertone Amorim parabenizou o crescimento da capoeira, que vem se fazendo presente em diversos países e alertou a sociedade para a importância do respeito e resgate dos valores e tradições africanas. “Precisamos começar a buscar nossa identidade de dentro de casa. Lutar contra esse preconceito. Já não cabe mais tanta resistência e preconceito contra o nosso povo negro”, concluiu.

A solenidade, animada por ritmos entoados ao som do berimbau, caxixi, atabaque, pandeiro e do agogô, foi prestigiada por vereadores, capoeiristas, lideranças políticas, profissionais da imprensa e representantes da sociedade civil.

Ascom

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