Se a eleição para presidente da República fosse hoje, Jair Bolsonaro (sem partido) seria reeleito. O chefe do Executivo é o favorito em todos os cenários eleitorais segundo levantamento realizado pelo instituto Paraná Pesquisas, divulgado sexta-feira, 24. Em um cenário de disputa com Sérgio Moro e Fernando Haddad (PT), Bolsonaro aparece à frente com 29%, contra 17,1% do ex-ministro da Justiça e 13,4% do petista.
Caso o candidato do Partido dos Trabalhadores seja Lula, o ex-capitão do exército lidera com 27,5% dos votos, ante 21,9% do petista e 16,8% de Moro. Já em uma virtual disputa com o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), Bolsonaro lidera com folga maior, de 30,7% contra 5,7% das intenções de voto do antigo aliado. Nesta semana, Mandetta afirmou que não descarta concorrer à Presidência da República em 2022.
A eleição de 2022 ainda está distante, mas em um eventual segundo turno, Bolsonaro também seria eleito em todos os cenários. Diante de Haddad, o presidente venceria por 46,6% contra 32%. Com Moro ficaria 44,7% para Bolsonaro, ante 35% do ex-ministro. E diante de Lula, a vitória seria de 45,6% versus 36,4%.
O presidente Jair Bolsonaro conseguiu elevar a sua popularidade apesar de todo o clima turbulento enfrentado tanto no combate à pandemia da Covid-19 como na política. Nos últimos meses, o país se viu em controvérsias entre o governo federal e os estados em relação a medidas de combate ao coronavírus.
O número de mortos pela doença ultrapassou os 80 mil e o de contaminados supera 2,2 milhões – acometendo inclusive o próprio Bolsonaro. Teve ainda a saída do ministro Sérgio Moro, uma abertura de inquérito para apurar interferência política na Polícia Federal, a divulgação do vídeo da reunião ministerial, o cerco do STF a bolsonaristas, a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, na casa do advogado do próprio Bolsonaro, além do vácuo de um comandante do Ministério da Saúde após a saída de dois ministros, entre outros fatos.
Dois fatores podem explicar esse fenômeno de Bolsonaro: o auxílio emergencial, que amenizou efeitos econômicos da pandemia para a população carente, e o próprio isolamento do presidente no Palácio do Alvorada após ter sido diagnosticado com Covid-19. Nesse período, Bolsonaro evitou falar à imprensa e fazer ataques a adversários. O chefe do Executivo está em isolamento desde o dia 7 deste mês.
A estratégia de Bolsonaro de se manter reservado e distante da mídia tem sido positiva para o governo. O levantamento ainda mostra a diferença de votos entre Bolsonaro e o governado de São Paulo, João Doria (PSDB), um dos principais opositores do presidente na condução do país em meio à pandemia da Covid-19. Nos três cenários apresentados, o tucano aparece atrás com intenções de votos que variam entre 3,8% e 4,6%.
O apresentador Luciano Huck também aparece em dois possíveis embates, com intenções que variam entre 8,3% e 6,5%. Ciro Gomes (PDT) aparece nos três cenários com variações entre 10,7% e 8,3%. Já Guilherme Boulos (PSOL), líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e candidato a Prefeitura de São Paulo, aparece com 1% e 0,7%. O governador do Rio de Janeiro e também ex-aliado da família Bolsonaro, Wilson Witzel (PSC) aparece nos três cenários com intenções que variam de 0,7% a 0,9%. João Amoedo, que despontou na última eleição com o partido Novo, aparece em três cenários com 3,4% a 4% das intenções.
Aprovação do governo
O número de eleitores que aprovam a gestão de Bolsonaro subiu de 44% em maio para 47,1% em julho, enquanto o índice de desaprovação caiu 51,7% para 48,1%. As pessoas que afirma que o governo é ótimo cresceu de 9,8% em março para 11,4% em julho, enquanto os que afirmam ser ruim recuou de 13,4% para 11,9%. A avaliação de que a gestão é boa se manteve estável com 22% em maio e 22,9% em julho, e quem acha péssimo também se manteve em 26% em maio e 26,1% em julho. Regular passou de 27,3% para 25,8%. O levantamento do instituto Paraná Pesquisas mostra que o perfil do apoiador bolsonarista é homem, com idade entre 25 e 34 anos, possui até o ensino médio completo e mora no Norte ou Centro-Oeste brasileiro. A pesquisa entrevistou 2.030 pessoas em 188 cidades, entre os dias 18 e 21 de julho. A margem de erro é de 2% para cima ou para baixo.