Em mais uma manifestação de apoio aos Estados Unidos no conflito contra o Irã, o presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quarta-feira (8) que o Brasil deve repudiar o terrorismo e criticou a postura dos governos petistas em relação ao país do Oriente Médio.
Em vídeo, o presidente ironizou a crítica feita a ele de que o Brasil não deveria se posicionar sobre a disputa externa e respondeu a uma declaração feita mais cedo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em mensagens nas redes sociais, o petista defendeu que o momento não é adequado para o Brasil se envolver na briga e chamou Bolsonaro de um “lambe-botas” do presidente americano Donald Trump.
“A nossa Constituição aqui diz, no artigo quarto: A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: a defesa da paz e no repúdio ao terrorismo”, respondeu Bolsonaro no vídeo.
Na live de dez minutos, Bolsonaro fez questão de ser filmado assistindo ao discurso do presidente dos Estados Unidos. A transmissão vista por ele era feita pela GloboNews, canal que integra o Grupo Globo, alvo frequente de críticas do presidente.
“Muitos acham que o Brasil deve se omitir no tocante aos acontecimentos. Queira dizer apenas uma coisa. O senhor Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto presidente da República, esteve no Irã”, afirmou.
Em 2010, o petista viajou para o Irã e participou das negociações sobre um acordo nuclear que limitou a utilização pelo país do urânio enriquecido a 20%, suficiente para reatores de pesquisa, mas insuficiente para fabricação de bomba. O acordo não foi fechado.
Na gravação, no entanto, Bolsonaro acusou Lula de ter defendido, na época, ao então presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que o país enriquecesse urânio acima do percentual mínimo estipulado, apesar do acordo definir o contrário.
“Nós temos que seguir as nossas leis. Nós não podemos extrapolar. Mas acredito que a verdade tem que fazer parte do nosso dia a dia, porque nós queremos paz no mundo”, afirmou. “O senhor Lula, enquanto presidente, esteve no Irã e lá defendeu, naquela época, que aquele país enriquecesse urânio acima de 20%, que era para fins pacíficos”, acrescentou.
No discurso, assistido por Bolsonaro, Trump disse que o Irã está “se acalmando”, que Washington vai impor novas sanções e que a pressão econômica é a melhor arma do país.
O americano voltou a repetir que não permitirá que o Irã tenha acesso a armas nucleares e que os dois países deveriam trabalhar juntos em assuntos prioritários, como a luta contra o Estado Islâmico.
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