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Por iniciativa de Lulinha, Câmara debate segurança publica em audiência

Osvaldo Cruz
7 Min Leitura

A ideia era discutir a Segurança Pública em Feira de Santana, mas o foco dos debates foi o Centro de Abastecimento, por conta das recentes ocorrências de homicídios no local, inclusive de um delegado de polícia, bem como de assaltos. A Audiência Pública foi realizada na Câmara Municipal, por iniciativa da Comissão de Obras, Urbanismo, Infraestrutura e Meio Ambiente e conduzida pelo presidente da mesma, vereador Luiz Augusto de Jesus (Lulinha).

Primeiro a usar a tribuna, Cristiano dos Santos Gonçalves, diretor do Centro de Abastecimento, refutou a denominação de “Centro de Aborrecimento”, atribuída de forma pejorativa ao entreposto comercial. Segundo ele, segurança, ordem e limpeza são os pilares básicos para manter o espaço, o que não é possível a fazer dentro do escritório. Por isso, circulou no local à noite e durante a madrugada. “Temos que fechar as do Centro de Abastecimento”, sentenciou.

Sugerindo uma gestão compartilhada, Cristiano Gonçalves disse que o Governo Municipal já está fechando o CA, para controle da entrada e saída de pessoas. “Na madrugada é muita gente circulando e ninguém sabe quem é quem. Vamos cadastrar os carregadores”, anunciou. Antônio Élio Neris dos Santos, comandante da Guarda Municipal, atestou que cerca de 10 mil pessoas circulam no local por dia. “É preciso olhar com mais atenção para o Centro de Abastecimento”, destacou.

Da parte do Governo Municipal, se pronunciaram os secretários José Pinheiro, de Desenvolvimento Urbano, e Antônio Carlos Borges Júnior, de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, cabendo a este falar da segurança, não apenas do Centro de Abastecimento, mas do Centro Comercial como um todo. “Tem o videomonitoramento, mas é preciso alguns posicionamentos”. Borges Júnior destacou ainda o Projeto de Requalificação do centro da cidade.

A Audiência Pública reuniu representantes das polícias Civil e Militar. O delegado Roberto da Silva Leal, coordenador regional, falou sobre a integração das forças de segurança, mas alertou que a questão envolve todos os segmentos da sociedade. Já o Coronel PM Luziel Andrade, comandante de Policiamento Regional Leste, falou sobre a redistribuição das companhias, colocamos uma para os distritos, mais os municípios de São Gonçalo e Tanquinho, e do mapeamento das escolas.

“As críticas vêm de quem está na zona de conforto. Estamos aproximando a polícia da comunidade e temos metas a alcançar. Hoje, segurança é solução para tudo”, disse. “Mas a polícia não resolve nada sozinha. Lamentamos o fato que aconteceu com o delegado e todos os casos de violência registrados no Centro de Abastecimento”, enfatizou Coronel Luziel Andrade, que fez um alerta: Não adianta esconder os problemas, porque eles existem.

Também participaram das discussões os deputados federais José Neto e José Nunes. Neto disse que a resolução da questão da segurança precisa de três mãos: os governos federal, estadual e municipal. “Mas sabemos que o Governo do Estado tem uma responsabilidade maior”, admitiu, defendendo que espaço deve ter mais iluminação, olhares diferenciados e inspeção de entrada e saída”. Por sua vez, José Nunes, frisou que é muito importante que todos estejam imbuídos do mesmo propósito.

“As coisas começam a acontecer. O policiamento hoje é mais forte naquela região. Mas todos nós sabemos que a segurança pública não se faz como as pessoas pensam, com policiais. Não temos condições de colocar policial em toda esquina, em toda parte. Nosso entendimento é que a segurança pública passa pela educação de nosso povo”, afirmou o parlamentar, lembrando algumas medidas já anunciadas pelo Governo do Estado, como o uso de tecnologia de ponta e aumento do efetivo das polícias.

A cobrança mais direta veio de Edmária Medeiros, presidente da Associação de Comerciantes do Centro de Abastecimento. “É preciso olhar para trás, para entender o que tem pela frente”, disse, ressaltando que a questão do espaço comercial não é apenas com relação à segurança. “Sabemos que muita coisa depende da vontade política”, afirmou. Na mesma linha, o vereador Roberto Tourinho disse que há sete mandatos na Legislativo Municipal ouve relatos do abandono do Centro de Abastecimento.

Afirmando que a falta de segurança é apenas um dos problemas do local, Tourinho citou que o galpão de ferragens é ocupado para comercialização de drogas e durante muito tempo foi usado por um ex-policial. Além dele, também se pronunciaram os vereadores Fabiano Nascimento Souza (Fabiano da Van) e João dos Santos (Bililiu), que reclamaram da ausência da Polícia Federal; e Edvaldo Lima, que cobrou a atuação da Guarda Municipal dentro do Centro de Abastecimento.

“Orçamento e planejamento não são feitos pelas polícias Civil e Militar, que estão nas ruas”, provocou o vereador Cadmiel Pereira, enquanto Luiz Dias (Luiz da Feira), afirmou que as pessoas não querem mais ir ao entreposto comercial por causa da insegurança. O vereador e presidente da Comissão que promoveu a audiência Luiz Augusto de Jesus (Lulinha) sugeriu que a situação seja solucionada a partir de agora e não com críticas ao que já passou, posição semelhante à da vereadora Aldney Bastos (Neinha).

A audiência foi conduzida pelo vereador Luiz Augusto de Jesus (Lulinha), que compôs a mesa ao lado dos secretários Antônio Carlos Borges Júnior e José Pinheiro; delegado Roberto da Silva Leal; deputados federais José Neto e José Nunes; Coronel PM Luziel Andrade; Cristiano dos Santos Gonçalves e Antônio Élio Neris dos Santos. No plenário e na galeria, presentes ainda Edmária Medeiros; e representantes da OAB e do deputado estadual José de Arimatéia.

Com informações da Ascom

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