Ficar fora do processo eleitoral por um período deixa o politico sem rumo, por fora dos acontecimentos, sobretudo na base, que é onde tudo começa. Ao se ausentar de um processo politico, a primeira coisa que se perde são os chamados cabos eleitorais, as lideranças são logo cooptadas por outros candidatos, logo porque são abandonados e aí é um salve-se quem puder.
O ex-deputado federal Fernando Torres, anunciou que será candidato a vereador em 2020 por Feira de Santana, no entanto, ele compareceu na Câmara Municipal no ultimo dia de sessão do terceiro período da legislatura de 2017 a 2020. Aí cabe uma reflexão, porque alguém que tem liderados na Casa Legislativa e que postula uma vaga, vai até la? Fernando pode não ter ido para dizer sou candidato porque certamente não encontraria nenhum apoio por lá para sua intensão, dos dois um, ou ele foi dizer aos edis, ‘fiquem tranquilo, não serei candidato a vereador, não pretendo tomar uma vaga de vocês ou foi se apresentar como novo membro do governo.
Circulou inclusive, no dia de sua visita a Câmara, que Fernando estaria assumindo uma secretaria no governo de Colbert Martins, até foi ventilado no nome da secretaria institucional, que hora é ocupada por Nau Santana que é ligado ao ex-deputado federal Irmão Lazaro.
Caso aconteça essa nomeação, dificilmente ele seria candidato a vereador, estaria mais perto de disputar o cargo de vice-prefeito. Na altura do campeonato, a bancada governista reagiria a qualquer nomeação de alguém que seja pré-candidato a vereador pára ocupar uma pasta no executivo faltando pouco mais de um ano das eleições, pois, teria ampla vantagem dos demais e mesmo assim, só ficaria na cadeira de secretario apenas um ano para as duas disputas (vereador e vice), mas, como vice não traria prejuízos aos vereadores e pré-candidatos da base.
Por outro lado, Fernando quer reestruturar sua base e ampliar seu grupo politico, foi a Casa buscar supostos aliados para formar um grupo visando as eleições de 2020, pois, ele seria um “puxador de votos” e caso ele se elegesse, ou assumiria uma cadeira no executivo, (caso o governo mantenha a linha sucessória) ou se afastaria para disputar eleição em 2022, deixando uma vaga para o suplente. Ele faria tabela com Pablo Roberto. Fernando seria um dos nomes como: “candidato do governo” a federal ou estadual.
Porém, se Fernando pode ser o candidato do governo em 2022 para deputado federal ou estadual, porque estaria anunciando uma suposta candidatura a vereador em 2020? Aí é que entra o “pulo do gato”, ele estria tentando se garantir de futuras eventualidades, tipo: o governo não manter a linha sucessória e perder a eleição ou ganhe e mais na frente precise de algum acordo para ampliar o grupo e para surpresa precise deixar de lado o prometido.
Assim, Torres sai candidato a vereador, caso se eleja vai brigar pela presidência da Casa e já lhe garante uma fatia gorda do bolo politico para 2022. Pois, ninguém que esteja no comando do executivo vai querer descumprir qualquer tipo de acordo feito com o presidente do legislativo, poderia ser muito prejudicial a sua administração.
Pelo sim pelo não, Fernando vai se garantindo no grupo, mesmo já tendo sido parte dele, não quer arriscar ser apenas mais um, no toma la da cá, ou seja: ser apenas o tapa que Zé Ronaldo está devolvendo a Rui Costa. Sim, Rui deu um tapa em Zé Ronaldo quando arrancou Carlos Geilson do grupo. Fernando não quer ser apenas um tapa de veludo, quer ser a “bofetada”. O retorno de Fernando à elite da politica seria a “bofetada” bem dada em Rui e em Zé Neto, pois, no grupo deles, só conheceu o fel, foram sucessivas derrotas.