O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou nesta terça-feira (11) a abertura de inquérito para investigar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e seu pai, Cesar Maia, sob suspeita de receberem pagamentos irregulares da Odebrecht. O pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) se baseia nas delações de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, João Borba Filho, Cláudio Melo Filho, Carlos José Fadigas de Souza Filho e Luiz Eduardo da Rocha Soares. Segundo uma das delações, não especificada pela PGR, Rodrigo Maia solicitou e recebeu R$ 350 mil como ajuda para campanha eleitoral em 2008. Porém, naquele ano, nem o parlamentar nem Cesar Maia foram candidatos a cargos eletivos. Em 2010, Rodrigo Maia teria solicitado um novo repasse, dessa vez para a campanha de seu pai ao Senado. Foram pagos R$ 600 mil, de acordo com depoimentos.
OUTRO LADO
O presidente da Câmara afirmou em rápida entrevista acreditar que a investigação irá mostrar a sua inocência. “O processo vai comprovar que são falsas as citações dos delatores, e os inquéritos serão arquivados. Eu confio na Justiça e vou continuar confiando sempre. O Ministério Público e a Justiça vão fazer o seu trabalho de forma competente, cabe ao Congresso cumprir seu papel institucional de legislar. Há separação dos Poderes.” César Maia, vereador e ex-prefeito do Rio de Janeiro, também negou irregularidades. “Nunca recebi um tostão da Odebrecht. Ela doava ao partido, e o partido entregava aos candidatos. Após a eleição, a abertura das contas mostrava que o partido ajudou minha campanha. Eu nunca contatei, nem pedi, nem recebi nada deles.”