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Targino Machado quer o fim do recesso do meio do ano da ALBA “não deveria existir” diz ao debater sobre votação da LDO

Osvaldo Cruz
5 Min Leitura

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O deputado estadual Targino Machado-DEM, defendeu o servidor público da Bahia e defendeu o fim do recesso do meio do ano da Assembleia Legislativa. Ele acusa o líder do governo, deputado José Neto-PT de fazer manobras e  detona o governador Rui Costa-PT  ” é  infiel depositário com os funcionários públicos”.

Veja o discurso do deputado Targino.

Eu quero dizer que quem negocia, quem se coloca na posição de negociador, não pode cometer equívocos e o líder do governo está cometendo um equívoco quando deseja apontar para a cabeça do conjunto dessa Casa de que se não houver um acordo, não vai votar a LDO e não votando a LDO cessa o recesso.

Eu acho até que esse recesso não deveria existir. Por que o operário comum tem direito a um mês de férias e o deputado tem direito a dois meses e 15 dias? Isso é uma vergonha! A gente aqui já não trabalha, essa Casa é preguiçosa mesmo. Por que mais de dois meses de recesso? Eu não quero acordo com o governo nem para comer doce, porque o governador é infiel depositário. Infiel depositário com a bancada de oposição, infiel depositário com os funcionários públicos, vez que quatro anos de governo e ele não deu nem reposição salarial.

A pior desgraça que aconteceu com a Bahia foi esse governo. Para o funcionalismo, assim como para a saúde, para a educação, foi um desastre. Há três dias chegou a essa Casa o Projeto de Lei de nº 22.885/2018, que no seu artigo 1º diz: “fica instituída vantagem pessoal de incentivo para os servidores titulares de cargo efetivo do Poder Judiciário do Estado da Bahia que não percebam as vantagens instituídas pelas leis 7.816, 7.885 e pela 11.919”.

Isso é um recibo que passa o governador, que passa essa Casa e que passa o Poder Judiciário, admitindo que no Poder Judiciário da Bahia existe uma mula sem cabeça, um monstrengo. Isso é uma ignomínia jurídica! Não é possível que entes iguais, ocupando o mesmo cargo, desempenhando a mesma função, com a mesma carga horária, recebam no contracheque remunerações diferentes. Isso é um absurdo! A vantagem pessoal instituída no caput do artigo 1º desta lei tem o valor de R$ 1.117,77.

Não quero radicalizar. Moro em Feira de Santana, não tenho problema de ir e vir todos os dias para essa Casa bater ponto. Aliás, ponto que deveria existir, porque no painel tem 44 presentes, mas só consigo contar 7. Cadê os 37? Tomaram doril. E é assim sempre. Isso aqui não é sessão da Assembleia Legislativa da Bahia. Isso aqui parece sessão espírita, onde o orador tem que falar com os espíritos. Precisa muita fé. Precisa ser muito artista para conseguir vir a esta tribuna da Assembleia e verbalizar, sustentar ideias e ideais, opiniões sem plateia. O povo também não tem se organizado. Precisa ter mais representante do povo.

Político, principalmente em época de eleição, treme nas bases com o povo. Vamos para a rua para mostrar que queremos um governo diferente. Não basta mudar um governador, tirar um e colocar outro. Muda o governador para mudar os nomes dos secretários? É como se trocassem as coleiras e deixassem os mesmos cachorros. Nós precisamos é mudar a forma de administrar a Bahia, a forma de fazer política.

Se o governo quiser acordo, ótimo. Se não quiser hoje, a gente só vai votar lá pra agosto, setembro porque vamos obstruir. Agora não se vota a LDO sem votar este projeto. Quem está preocupado com isso são os deputados de governo. É problema do líder com os deputados de governo. Ou aprova essa zorra ou não sai a LDO.

 

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