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Joaquim Barbosa não vai disputar a presidência

Osvaldo Cruz
4 Min Leitura

AAwXVCHO ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa afirmou nesta terça-feira que não pretende ser candidato a presidente da República, numa decisão que muda o cenário para a eleição presidencial deste ano e que tem potencial para beneficiar o campo centrista.

O anúncio de Barbosa, que disse em sua conta no Twitter tratar-se de uma “decisão estritamente pessoal”, também lança uma incógnita sobre o destino do PSB na disputa. A sigla –que tem uma ala próxima a Alckmin, mas que também chegou a manter conversas com o PDT, do presidenciável Ciro Gomes– disse que buscará construir alternativas ao país.

“Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a presidente da República. Decisão estritamente pessoal”, afirmou Barbosa em sua conta no Twitter.

O ex-ministro se filiou ao PSB no fim do prazo necessário para garantir a participação na eleição de outubro se assim desejasse, mas vinha dizendo que ainda não havia decidido se seria ou não candidato.

Em nota, o partido disse que a definição de Barbosa “ocorre nos termos da pactuação realizada em sua filiação”, quando nem o partido lhe assegurou legenda para a disputa e nem o ex-ministro prometeu que se candidataria.

“O PSB segue doravante, com serenidade, na tentativa de contribuir para a construção de alternativas para o país, que contemplem os amplos clamores populares, pela renovação da prática política, algo que a possibilidade da candidatura do ministro Joaquim Barbosa tão bem representou”, afirma a nota do PSB.

Em pesquisa Datafolha realizada no mês passado, Barbosa chegava a ter 10 por cento das intenções de voto em seu melhor cenário. Tanto analistas como políticos viam grande potencial na sua candidatura.

Uma das dificuldades postas à candidatura de Barbosa eram as questões locais do PSB. Em São Paulo, por exemplo, o governador Márcio França era vice e assumiu o cargo em abril após a renúncia do tucano Geraldo Alckmin para disputar a Presidência. França chegou a defender publicamente a candidatura presidencial de Alckmin.

Em nota após a decisão de Barbosa, França disse que o ex-presidente do STF não foi o primeiro e nem será o último “outsider” a desistir da disputa presidencial deste ano.

“A política hoje exige experiência e enorme capacidade de suportar críticas e injustiças. O ministro Joaquim Barbosa é um dos homens mais capazes que já conheci e que certamente vai continuar contribuindo para o país, mesmo não sendo candidato”, disse o governador.

Em Pernambuco, terra de lideranças históricas do PSB, como Miguel Arraes e Eduardo Campos, que era candidato à Presidência em 2014 até morrer em um acidente aéreo em agosto daquele ano, o receio era que a candidatura de Barbosa dificultasse uma composição local com o PT. Procurada, a direção estadual do PSB no Estado afirmou reiterar a nota da direção nacional da legenda.

Uma fonte do PSB que pediu para não ter seu nome revelado, disse à Reuters que a decisão de Barbosa não pode ser considerada uma surpresa. “Não dá pra dizer que a decisão dele está fora do previsto, das hipóteses estabelecidas, desde o início”, disse a fonte.

REUTERS

 

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