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Governo está ‘muito longe mesmo’ dos 308 votos, diz Maia sobre Previdência

Osvaldo Cruz
4 Min Leitura

BBFZ46OO presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), reconheceu nesta quinta-feira, 30, que o governo ainda está “muito longe mesmo” dos 308 votos necessários para aprovar a proposta de emenda constitucional da reforma da Previdência na Casa.

A declaração foi dada por Maia após participar de um fórum organizado pelo banco J.P. Morgan na zona sul da capital paulista. O evento foi fechado à imprensa e apenas convidados puderam participar.

Ao deixar o evento, ele disse também que declarações dadas nesta quinta-feira por líderes do PSD a respeito das mudanças nas regras das aposentadorias foram “muito pessimistas”, dando uma sinalização negativa para a base aliada.

Segundo relatos de participantes do fórum, o presidente da Câmara demonstrou ceticismo quanto ao possível resultado da tentativa do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de conduzir o PSDB no apoio à reforma da Previdência, porque pode já ser muito tarde.

Além disso, Maia também teria citado que PR e PSC estão dando indicações de que não vão dar muitos votos a favor da reforma.

Aos jornalistas que aguardavam do lado de fora do evento, no entanto, o parlamentar fluminense afirmou que a escolha de Alckmin para presidir o partido é “positiva” e “ajuda” porque a “escolha dele vai unificar o partido”.

“O governador de São Paulo tem uma liderança forte e pode nos ajudar porque sabemos que ele é a favor da reforma da Previdência”, comentou Maia ao sair do fórum.

O deputado considerou, contudo, que as três mudanças pedidas pelo PSDB em troca do apoio à proposta tornam inviável a votação da matéria por causar perdas superiores a R$ 100 bilhões.

Portas fechadas. O tom empregado com os jornalistas diverge um pouco com o que ele teria comentado com as portas fechadas, do lado de dentro do evento organizado pelo J.P. Morgan.

Segundo participantes que preferem não se identificar, houve certo mau humor no ambiente depois que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez um discurso com tom pessimista sobre a reforma da Previdência.

Maia teria relatado que o resultado da votação da Medida Provisória do Repetro, na noite quarta-feira, 29, foi um sinal ruim, evidenciando falta de vontade dos partidos da base. A MP foi aprovada com placar apertado, 208 votos favoráveis e 184 contrários.

Para o presidente da Câmara, essa votação era chave e uma forma de medir as chances do governo com a reforma da Previdência. O ambiente ficou “pesado”, disse um gestor.

Maia também teria dito, segundo fontes, que não aprecia as conversas sobre deixar a votação para o ano que vem, mas reconheceu que a tarefa de votar na próxima semana seria difícil. Ele teria relatado também que não faz sentido colocar a reforma da Previdência em pauta com o risco de perder e que ele não faria isso.

Reunião. Maia confirmou que os caminhos da reforma serão definidos em reunião com o presidente Michel Temer (PMDB) marcada para o domingo, 3.

Na avaliação dele, a comunicação da reforma com a sociedade foi mal feita desde o começo, o que tem contribuído para contaminar agora o apoio à matéria no Legislativo.

Segundo o democrata, era importante mostrar às pessoas que a população de baixa renda será preservada das novas regras. “Se não aprovarmos a reforma, quem vai pagar o alto custo é o trabalhador mais pobre”, observou.

 

 

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