Ainda não foi dessa vez que a Câmara Municipal de Feira de Santana discutiu a situação do transporte coletivo no município, em especial a questão da recuperação judicial de uma das empresas que operam o sistema, a Auto Ônibus São João. É que os empresários do setor não compareceram à Audiência Pública programada para a manhã desta sexta-feira (24) e que por isso foi suspensa, em cumprimento ao Regimento Interno da Casa da Cidadania.
O clima foi de insatisfação, tanto dos vereadores como dos representantes do transporte alternativo complementar, que lotaram o plenário e a galeria. A suspensão da audiência foi proposta pelo vereador Alberto Nery, que é membro da Comissão de Obras, Urbanismo, Infraestrutura Municipal e Meio Ambiente, presidida pelo vereador Roberto Tourinho, que também conduziu os trabalhos. Coube a ele, inclusive, fazer a leitura do documento enviado pelas empresas.
“É injustificável, os empresários estão faltando com respeito a Feira de Santana”, declarou Tourinho, informando que os mesmos usaram um erro de digitação no convite para não comparecerem, quando eles tinham plena ciência da data marcada, por meio do ofício. O vereador disse ainda que ao longo de oito mandatos conhece demais esta “pachochada” dos empresários de transporte coletivo.
O presidente do Legislativo, José Carneiro Rocha, explicou que a suspensão dos trabalhos segue o regimento e atentou que talvez não haja mais tempo para uma nova convocação ainda este ano. Mesmo não ocorrendo a audiência o uso da Tribuna Livre pelo vereador Fabiano Nascimento de Souza, que falou sobre a tentativa de solucionar o conflito gerado com o anúncio de nova licitação para o transporte alternativo e complementar.
Também usaram o espaço da Tribuna Livre o presidente da Cooperativa de Transportes Alternativos de Feira de Santana, José Vicente Silva e o diretor de Políticas Públicas e de Planejamento da Mobilidade da Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado, Danilo Ferreira. Por sua vez, e o secretário Municipal de Transporte e Trânsito, Saulo Pereira disse estar munido de farta documentação e alertou que o transporte coletivo não pode ser discutido com “achismos”, mas a partir de dados técnicos. Também presente o procurador Geral do Município, Cleudson Almeida.
Ascom