Em pronunciamento na tribuna da Câmara de Feira de Santana, na sessão ordinária desta quarta-feira (13), a vereadora Neinha Bastos (PTB) fez duras críticas ao serviço de atendimento às parturientes na rede estadual de saúde. A edil solicitou que a Comissão de Saúde da Casa realize fiscalização nas instalações do Hospital Geral Clériston Andrade para averiguar as reais condições do setor de obstetrícia da unidade.
“É um caos parir hoje em Feira de Santana. O Hospital Geral Clériston Andrade sempre foi o hospital referência no atendimento de gravidez de alto risco. Maternidade essa onde os professores e preceptores ensinam aos alunos, e os alunos aprendem para executar lá fora. Era pra ser modelo, mas infelizmente está fechando as portas. Não vou poupar em dizer que a maternidade do Clériston Andrade está fechada. Tem paciente? Tem, mas é como eles querem e Feira de Santana não pode fechar os olhos para entender o que o diretor, o Governo do Estado e o secretário de Saúde do Estado querem fazer com esta cidade”, reclamou.
Neinha convocou a imprensa local a acompanhar a inspeção da Comissão de Saúde à unidade hospitalar. Segundo ela, o atendimento é assegurado apenas atendendo interesses próprios dos responsáveis pelo hospital. “Gostaria que a Comissão se deslocasse para passar na UTI neonatal e que a imprensa também pudesse cobrir. Mas, não pode? Pode sim. Quando tem coisa embaixo do tapete não vai deixar a imprensa entrar. Mas, a verdade tem que aparecer e eu quero saber a verdade sobre o Hospital Geral Clériston Andrade, porque a maior votação do governo Rui foi em Feira de Santana”, declarou Neinha.
Na oportunidade, a vereadora do PTB solicitou que o presidente da Comissão de Saúde, vereador Cadmiel Pereira, acione a direção do HGCA para apresentação de relatório com estatísticas de atendimentos a gestantes de alto risco e partos realizados na maternidade estadual. Ela criticou a maneira como está sendo realizada a transferência do Centro Obstétrico para o Hospital Estadual da Criança.
“Primeiro se arruma uma casa, para depois fechar as portas. Se você for no Hospital da Mulher está uma superlotação. Saúde é cara, mas é investimento. O Governo do Estado não quer investir em Feira de Santana. Paciente para transferir para o Clériston é uma mendingagem, pedindo favor, está vergonhoso esse governo. Saúde é direito de todos e dever do Estado. O nosso povo não pode ser sofrido e nem condenado”, argumentou.
PROMESSA E FAVOR
Em aparte, o vereador Marcos Lima (PRP) parabenizou a edil pela coragem em abordar a calamidade da saúde pública e cobrou a construção do hospital regional prometido pelo governador Rui Costa durante campanha. “A regulação veio para matar o povo. As pessoas morrem nas policlínicas por não conseguirem transferência. Não podemos nos calar, achar que está tudo certo. Se nos calarmos, nada será feito. O governador mentiu para o povo, prometeu um hospital e não trouxe e as pessoas continuam morrendo”, afirmou.
Para finalizar, a vereadora Neinha Bastos lembrou que a sociedade não deve estar a mercê de favores para assegurar o direito ao atendimento à saúde. “Quando as pessoas entenderem que um AVC hemorrágico não se trata em policlínica, quando entenderem o que é saúde tudo será diferente. O direito nosso não é pedir favor a Pitangueira, o nosso direito é ser atendido no Hospital Clériston Andrade, sem negação em nenhum momento. Porque o carretel que se abriu em Brasília, será aberto em Feira para descobrir as falcatruas dos pedidos em off”, concluiu.
Com informações da Ascom