Apesar de estarem determinados a votar pela rejeição da denúncia contra o presidente Michel Temer, no plenário da Câmara, para onde o processo segue depois de passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), os deputados da base aliada devem usar motivos técnicos para justificar a decisão.
A explicação é simples: os parlamentares temem o desgaste que uma defesa pessoal ao presidente pode causar à imagem deles, ainda mais em ano pré-eleitoral. Temer tem índices baixíssimos de aprovação popular e é o único presidente na história do país a ser denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), no exercício do mandato, pelo crime de corrupção passiva.
“A gente não sabe o que está por vir. Por enquanto, não tem prova nenhuma contra o presidente. Essa denúncia é totalmente inepta. Estou defendendo a legalidade da coisa”, disse Laerte Bessa (PR-DF).
Já Nelson Meurer (PP-PR) afirmou que não justificará seu voto. “Vou votar não e não vou dizer mais nada. O Brasil não aguenta a queda de dois presidentes no mesmo mandato. Se o Temer cometeu alguma infração, aguardem para acioná-lo depois que ele sair da Presidência”.
A oposição tenta, a todo custo, adotar o mesmo rito utilizado no impeachment de Dilma Rousseff, quando cada parlamentar precisou ir ao microfone anunciar o voto. O presidente da Casa, Rodrigo Maia, ainda não tomou uma decisão sobre o assunto.
Luis Carlos Heinze (PP-RS), de acordo com informações de O Globo, reforça que 95% de sua base eleitoral é favorável à manutenção de Temer e isso vai orientar seu voto. “Se aparecer fato novo, é outra história. Tem que continuar, não é pelo Michel Temer, não é pelo PMDB, é pelo Brasil. É o melhor neste momento”.
Para Valdir Colatto (PMDB-SC), Temer só deve ser investigado depois que deixar a Presidência da República. “Quer melhor justificativa para o Temer ficar do que o PT não voltar ao governo? E eu estou pensando no Brasil, senão afunda. Tirar governo, botar governo, a economia vai para o espaço. Pessoalmente, depois que ele sair da Presidência da República, ele responde à Justiça. Se tiver crime, vai ter que responder”.
POR NOTÍCIAS AO MINUTO