Apesar de o Palácio do Planalto dizer ter pressa na tramitação da denúncia contra o presidente Michel Temer, a Câmara, novamente, não teve deputados suficientes para abrir sessão nesta segunda-feira (2) e, assim, fazer andar o calendário da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Em plena segunda-feira, apenas 19 deputados apareceram na Câmara. Para que haja sessão, são necessários 51 dos 513 deputados.
O prazo de dez sessões para a apresentação da defesa de Temer poderia ter começado a correr na última sexta-feira (30), quando apenas um deputado compareceu ao Congresso.
Auxiliares de Michel Temer dizem que seu advogado, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, apresentará a defesa do presidente nesta quarta-feira (5).
A partir desta data, os líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e no Congrsso, André Moura (PSC-SE), vão trabalhar para garantir quórum sexta e segunda-feira.
A partir da apresentação da denúncia, começa a contar o prazo de cinco sessões para que a CCJ aprove um parecer, o que aconteceria na quarta-feira (12).
O governo tem pressa para que a votação em plenário aconteça antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho.
O presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), ainda não anunciou quem será o relator da denúncia.
O deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) passou a figurar como favorito para o posto, embora aliados de Temer não deem Alceu Moreira (PMDB-RS) e Jones Martins (PMDB-RS) como descartados.
Temer, ministros da área política e seus interlocutores no Congresso começam a atuar nesta semana para angariar votos contra a denúncia na CCJ.
Pelo cálculo do Palácio do Planalto, hoje o presidente conta com o apoio de 34 dos 66 deputados federais titulares da comissão parlamentar. A meta é ter pelo menos 40 votos, o que daria uma margem de segurança para obter um relatório favorável contra a denúncia por corrupção passiva.
Para aprovar um eventual relatório contra o prosseguimento da denúncia, o presidente precisa da maioria simples dos presentes na sessão parlamentar.
O governo estima haver 18 deputados federais da base aliada indecisos, de partidos como PSDB, PSD, DEM e PR. A ideia é que o peemedebista se reúna pessoalmente com aqueles que o Palácio do Planalto identifica tendência de voto favorável.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que a base governista tem evitado declarar apoio ao presidente na votação da denúncia criminal apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Com informações da Folhapress.