Nesta quarta-feira (15), a Frente Brasil Popular, Povo Sem Medo e as Centrais Sindicais vão parar a Bahia, em especial, a capital Salvador, com greves e manifestações por toda a capital e interior em conjunto com diversas categorias – que vão desde o transporte até a construção pesada, em diferentes cidades baianas. Nestes últimos dias, o chamado “Dia Nacional de Luta Contra A Reforma da Previdência”, começou a ganhar corpo com a confirmação das categorias.
Aposentadoria apenas aos 65 anos, extinção do direito a férias, décimo terceiro e descanso remunerado, além do direito ao valor integral do benefício apenas com contribuição acima de 49 anos. São propostas que estão em curso na Câmara dos Deputados e consagram a PEC 287, como a maior e mais letal arma contra os direitos trabalhistas dos últimos anos.
O texto da PEC 287, encaminhado ao Congresso Nacional pelo governo Temer em dezembro do ano passado é considerado por lideranças sindicais como um “desmonte” de todo o sistema previdenciário no país e propõe acabar com diretos adquiridos de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros.
É diante deste cenário que movimentos populares e entidades sindicais de todo o Brasil realizarão de forma simultânea, em todos os estados, na próxima quarta-feira, dia 15 de março, protestos e ações de conscientização para alertar a sociedade sobre o que significa a reforma da Previdência para os trabalhadores brasileiros.
Apesar de ser um tema polêmico e ter ganhado destaque nas mesas de debates de centrais sindicais, universidades, escolas e praças nos últimos meses, de acordo com lideranças sindicais, ainda é muito tímido o entendimento sobre a devastação e retrocesso que permeiam a vida das pessoas caso a reforma passe na Câmara e Senado. A imprensa, que ainda não abraçou a causa 100%, precisa divulgar de fato o verdadeiro caos social, que se transforará o Brasil, com essa reforma previdenciária e trabalhista.
O dia nacional de luta terá participação da Central Única dos Trabalhadores da Bahia (CUTBahia) e outras centrais por toda a Bahia. Os movimentos dos trabalhadores da agricultura familiar e economia solidária, os mais afetados com a reforma da Previdência, estão convocando a todos e todas para fecharem Br, Ba e avenidas importantes de diversas cidades pela Bahia.
A inclusão dos trabalhadores e trabalhadoras rurais na Previdência Social a partir da Constituição de 1988, representou uma profunda transformação no padrão de proteção social brasileiro, beneficiando diretamente as mulheres que vivem e trabalham no campo. Desempenhando uma tripla jornada de trabalho que envolve a manutenção da casa, do espaço rural em torno da casa e também da produção que gera renda para a família. Essa foi a razão de que a aposentadoria das trabalhadoras rurais foi fixada em 55 anos de idade.
A reforma da Previdência, proposta pelo atual governo golpista Michel Temer, acaba com essa regra, estabelecendo a idade mínima de 65 anos, com tempo mínimo de contribuição.
De acordo com Secretária Executiva da CUTNacional e Secretária de Comunicação da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar da Bahia, Elisangela Araujo, não vamos descansar nem o campo, nem a cidade. “Estamos lutando por todos, em especial, o homem e a mulher do campo, aqui somos um só e vamos defender nossa previdência social, assim como, queremos Diretas Já, para provar o quanto o Brasil precisa avançar e, para isso, só com políticas sociais e educacionais. Todo país só evoluirá com dois principais pilares saúde e educação”, comenta Elisangela.
Na cidade de Salvador, a Central Única dos Trabalhadores da Bahia realiza uma serie de atividades para convocar toda a população à para no dia 15 de Março, no Dia Nacional de Mobilização Contra a Reforma da Previdência. Segundo, o Presidente da Central Cedro Silva, a paralisação das atividades estão sendo votadas em assembleias em comum acordo com toda a classe, que após a declaração do DIEESE, acordaram para o desmonte que o governo golpista do Michel Temer, quer fazer na vida do trabalhador.
O Dia Nacional de Paralisação Contra Reforma da Previdência se torna mais real a cada segundo, com as novas confirmações das classes trabalhadoras apoiando o ato.
“O diálogo frequente com os sindicatos e as bases têm sido importante para essa construção uniforme do Dia Nacional de Luta Contra a Reforma da Previdência Social. Dia 15 de março, todos nós, trabalhadores e trabalhadoras, temos que estar nas ruas, dando um recado para esse governo golpista, dizendo que não vamos aceitar a reforma nem negociar, além de não tolerar que mexam em nossos direitos”, convocou o presidente da CUTBAHIA Cedro Silva.
“Estamos em mobilização permanente desde o dia em que a proposta da reforma da Previdência foi anunciada. O nosso papel é informar, conscientizar e promover a mobilização necessária nos sindicatos e em todos os espaços públicos sobre a necessidade de concentração de esforços para inibir esse efeito maléfico que ronda a vida das pessoas caso a reforma seja aprovada”, Cedro Silva, presidente da CUT Bahia.
O ATO Contra a Reforma da Previdência visa reafirmar a defesa dos direitos trabalhistas e marcar posição contra as reformas em tramitação pelo governo golpista. “Não vamos recuar. Na base, as adesões estão crescendo e estamos felizes, por perceber que o povo acordou. Serão diversos atos pela Bahia, isso mostra a força do povo é a democracia”, comemorou a Secretária de Comunicação da CUTBA Lucivaldina Brito, que ressaltou “os veículos de comunicação, assim como, os jornalistas vão ser afetados com a reforma e precisam aderir ao ATO para defender os seus direitos”.
Luciola Semiao, Secretária de Mulheres da CUTBA, acredita que a ideia desse ato ganhou forma, com as diversas manifestações pela Bahia, no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. “Nesse dia 15, vamos intensificar os debates sobre os desmandos desse governo, falar sobre os direitos que estamos perdendo e os ataques que já estamos sofrendo indiretamente. Pela manhã, às 7 horas, na porta do Shopping Iguatemi (Shopping da Bahia) e às 15 horas, Campo Grande”, comentou Luciola.
As expectativas são de dois ATOS grandes na capital, com o envolvimento de diversos setores.
Diversas cidades do interior estão confirmando algum ato.
Dos 17 territórios baianos, em todos terão: atos, passeadas, caminhadas, fechamento de Br e Ba, atos públicos em repartições federais, estaduais e municipais, escolas em toda a Bahia não haverá aula e além de setores da saúde.
Assessoria de Comunicação CUT Bahia