A Polícia Federal informou nesta sexta (2) que indiciou 16 pessoas, entre elas o ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), e sua mulher, Adriana Ancelmo, no inquérito relativo à primeira fase da Operação Calicute, encerrado em 30 de novembro. Os crimes vão de corrupção passiva e ativa e organização criminosa a lavagem de dinheiro. A PF anunciou ainda que serão instaurados outros inquéritos para aprofundamento de novas vertentes da investigação.
Entre os crimes que poderão ser investigados mais adiante, segundo apurou o Estado, estão a concessão de incentivos fiscais pelo Estado do Rio a empresas privadas, como joalherias, sonegação fiscal e evasão de valores para o exterior. Em depoimento à PF, Cabral negou os crimes com veemência, mas alegou não lembrar de alguns fatos.
Foram indiciados, além de Cabral e Adriana, vários ex-auxiliares seus. Os demais indiciados são: Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho (ex-secretário de Governo), Carlos Emanuel de Carvalho Miranda (sócio de Cabral na empresa SCF Comunicação e apontado como recebedor de dinheiro sujo de construtoras), Luiz Carlos Bezerra (ex-assessor da Presidência da Assembleia Legislativa do Rio), Hudson Braga (ex-secretário de Obras), Wagner Jordão Garcia (ex-assessor do governador), José Orlando Rabello, Carlos Jardim Borges, Pedro Ramos de Miranda, Luiz Alexandre Igayara, Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves (ex-assessor de Cabral e acusado de ser seu “laranja”), Luiz Paulo dos Reis, Alex Sardinha da Veiga, Rosângela de Oliveira Machado Braga e Jessica Machado Braga.
O ex-governador, preso em 17 de novembro sob acusação de comandar o esquema de corrupção em obras públicas durante seu governo (de janeiro de 2007 a abril de 2014), continua no cárcere, em Bangu 8. Outros nove acusados, entre eles ex-secretários de Estado, também estão na prisão. A ex-primeira dama do Estado Adriana Ancelmo não está presa. O pedido de prisão contra ela, feito pelo Ministério Público, não foi aceito pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal.
O casal é acusado, entre outras coisas, de ter comprado cerca de R$ 6 milhões em joias, em suposta operação de lavagem de dinheiro de propinas pagas por empreiteiras.